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Covid-19: Descarte inadequado de máscaras e luvas está prejudicando vida selvagem

Pesquisa reúne casos de animais que ingeriram ou ficaram presos em EPIs (equipamentos de proteção individual) – incluindo um pinguim encontrado morto no litoral do Brasil.

Por Maria Clara Rossini
15 abr 2021, 18h26

Atire a primeira pedra quem nunca viu uma máscara descartável jogada na rua. Em julho do ano passado, defensores ambientais já alertavam para o impacto que o descarte inadequado de EPIs (sigla para “equipamentos de proteção individual”) teria para o meio ambiente. Agora, um artigo publicado no periódico Animal Biology volta a apontar o problema. Os autores sinalizam a poluição da Covid-19 como uma ameaça à vida selvagem.

A pesquisa descreve o primeiro caso de um peixe que ficou preso em uma luva descartável. Ele foi encontrado em agosto de 2020, durante a limpeza de um canal em Lieden, na Holanda. A equipe também reporta os primeiros casos de aves usando máscaras como material para a construção de ninhos, também encontrados por lá.

(Auke-Florian Hiemstra/Divulgação)
(Auke-Florian Hiemstra/Divulgação)

Além desses casos, os pesquisadores holandeses conduziram um levantamento de outros animais afetados pelo descarte inadequado de EPIs, buscando por notícias, posts em redes sociais e estudos publicados. No artigo, eles listam 28 espécies afetadas pelo lixo, incluindo o caso brasileiro de um pinguim que ingeriu uma máscara N95. A ave vinha da Patagônia e foi encontrada morta na praia de Juquehy, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo.

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Os casos de ingestão de materiais ainda incluem um gato nos EUA e cães de diferentes países. A maioria dos animais foi encontrada presa em luvas e máscaras de uso único, incluindo um polvo, uma raposa, um ouriço, um morcego e diversos pássaros. Na Malásia, um macaco foi encontrado mastigando uma máscara, enquanto um cisne brincava com outra na Itália. O caso mais antigo é de abril de 2020, quando um tordo americano foi encontrado enrolado em uma máscara, no Canadá. Você confere a lista completa aqui.

O tamanho do problema

A pesquisa holandesa listou 28 espécies afetadas pelo descarte inadequado de EPIs – mas esse número pode ser bem maior. A organização OceansAsia, localizada em Hong Kong, estimou que 1,5 bilhão de máscaras foram parar no oceano em 2020. Em novembro do ano passado, a Sociedade de Conservação Marinha encontrou poluição de EPIs em um terço das praias do Reino Unido.

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Os EPIs jogados na natureza se somam à média de 10 milhões de toneladas de plástico que chegam ao mar anualmente. E essa é só uma parcela do problema: nesta quinta-feira (15), um outro artigo, publicado na Frontiers in Forest and Global Change, mostrou que apenas 3% de toda a área terrestre do planeta permanece ecologicamente intacta. São as únicas áreas que permanecem com a mesma fauna e flora de 500 anos atrás, quando começaram as mudanças mais drásticas ao meio ambiente.

Como minimizá-lo?

Mesmo quando o bicho não come o material, apenas ficar preso no EPI já pode levá-lo à morte, já que ele fica impossibilitado de sair para buscar alimento. Uma sugestão dos autores para minimizar esse risco é cortar o elástico das máscaras antes de descartá-las. E claro: jamais jogar máscaras e luvas em qualquer lugar que não seja a lata de lixo.

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