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De Juma a Luana: 14 nomes que pais escolheram vendo novela

Gabrielas, Júlias e até Tietas - conheça os nomes que ficaram populares através das telenovelas

Por Ana Carolina Leonardi
Atualizado em 11 mar 2024, 10h02 - Publicado em 29 abr 2016, 21h30

Personagens de novela marcam gerações. E é bem capaz que estejam dando nome a elas também. Já sabemos o quanto a arte influencia a vida nesse departamento. O nome Jessica, por exemplo, foi inventado por Shakespeare na peça O Mercador de Veneza.

Mas não precisamos ir tão longe. A boa e velha novela tem grandes chances de ter influenciado na escolha dos pais brasileiros na hora do registro do bebê. O IBGE divulgou o levantamento nacional de nomes brasileiros e várias novelas têm tudo a ver com a popularização – e até a criação – de alguns deles.

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Cristiano – Selva de Pedra (1972 e 1986)
Selva de Pedra influenciou em dobro os pais de Cristianos. Na primeira versão, ele tinha a carinha de Francisco Cuoco. E, nos anos 70, nasceram 21 vezes mais Cristianos do que na década anterior.  A novela teve um remake com Tony Ramos no papel e o nome deu um novo pulo, chegando a 86.114 Cristianos nascidos nos anos 80.

Gabriela – Gabriela (1975)
O Brasil tinha menos de 800 Gabrielas até a década de 60. O romance de Jorge Amado virou novela e, enquanto Sônia Braga espalhava o nome pelo Brasil, a década de 70 viu nascer 9.710 Gabrielas. O nome continuou crescendo na população: eram mais de 50 mil nos anos 80, 147 mil em 1990 e quase 170 mil nos anos 2000. Hoje, é o 62º nome mais popular no país.

Júlia – Dancing Days (1978)

E a Sonia Braga aparece de novo dando nomes para bebês com seus personagens. Com Dancing Days, que começou 1978, sua Júlia estourou os livros de registro dos anos 80. Eram 10 mil na década anterior. O uso do nome duplicou e foi para 20.470. Foi o primeiro passo para escalada das Júlias, que nos anos 2000 chegaram a 265.758 e têm o 54º nome mais comum.

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Luana – Sétimo Sentido (1982)
A novela tinha a paranormal Luana, personagem de Regina Duarte, como protagonista. Na mesma década, o nome ficou mais de 1.400% mais frequente. Nos próximos dez anos, outro pico de 150% – e outra novela de sucesso, Rei do Gado (1996), com outra Luana (Patrícia Pillar).

Bibiana – O Tempo e o Vento (mini-série, 1985)

Bairrismo pouco é bobagem. O Tempo e o Vento teve roteiro adaptado da obra de Érico Veríssimo, que conta a história do Rio Grande do Sul de forma romanceada. A série foi um sucesso e o nome Bibiana, interpretada por Louise Cardoso, cresceu 100% nos anos 80 – e se manteve estável nos 90. As Bibianas ficaram fortemente concentradas no Rio Grande do Sul e, no estado, a cada 100 mil pessoas, 15 se chamam Bibiana.

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Tieta – Tieta (1989)
As Tietas não existiam na vida real até a personagem de Betty Faria. E não duraram muito depois. O livro de Jorge Amado saiu em 1977. A novela, em 89. E o Brasil viveu um momento único: 20 pessoas foram nomeadas Tieta nos anos 80, e outras 21 nos anos 90. Aí voltamos a estaca zero, nenhuma mísera Tieta registrada entre 2000 e 2010.

Juma – Pantanal (1990)
Pantanal, da TV Manchete, foi um sucesso. E Juma foi um surto. O nome mantinha uma frequência razoável, entre 20 e 50 registros por década. Aí a personagem de Cristiana Oliveira transformou todo mundo em onça. Nos anos 90, foram 368 Jumas nascendo no país. Passou a década, passou a novela e o nome voltou à timidez anterior: só 24 Jumas nasceram nos anos 2000.

Natasha – Vamp (1991)
O nome não existia no Brasil em 1950, ficou tímido em 60 e foi registrado em 2,6 mil bebês em 1980. Na década de 90, apareceu a cantora Natasha, interpretada por Cláudia Ohana, e o nome cresceu quase 200%, com o nascimento de 7.715 Natashas.

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Yasmin – De Corpo e Alma (1992)
O crescimento desse nome acompanhou uma tragédia. A filha de Glória Perez, Daniela Perez, intepretava uma Yasmin quando foi assassinada. O nome não era comum e não chegava a 1.100 registros em todo o país nos anos 1980. Na década da novela, cresceu 1.550% e, nos dez anos seguintes, nasceram mais 85 mil Yasmins.

Dara e Igor – Explode Coração (1996)
A novela foi uma fábrica de nomes. A protagonista Dara só dividia a alcunha com mais 163 mulheres nascidas nos anos 80. Com a novela, na década de 90, o número cresceu para 17.835. Igor (nome do cigano que tinha um casamento arranjado com Dara) já era popular na década anterior à novela, com 33 mil registrados. Mas também teve um pulo dos grandes, crescendo para quase 124 mil.

Mili – Chiquititas (1997)
Para falar a verdade, a Chiquitita de Fernanda Souza se chamava Milena. Mas, na vida real, o apelido virou nome. Não existia até 1980. Depois, nasceram só 35. E, com a novela infantil em 1997, ficou quase 150% mais comum, com o nascimento de 87 Milis na década.

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Matteo – Terra Nostra (1999)
O nome do personagem de Thiago Lacerda
veio direto da Itália para as maternidades brasileiras. O IBGE não tem registros de Matteo até 1990. Nessa década foram 62 Matteos nascidos por aqui. E, com a virada do século, mais 320 – uma valorização de 416%.

Téo/Theo – Mulheres Apaixonadas (2003)
Tony Ramos (ele de novo!) interpretou o par de Christiane Tornoli, uma das Helenas de Manoel Carlos (que inclusive, não parece influenciar muito o nascimento de Helenas brasileiras). Nos anos 90, nasceram 230 Téos, com a grafia escolhida para a novela, e 389 Theos, com o “h” de enfeite. Nos anos 2000, nasceram 1.005 Teos (337% a mais) e 3.819 Theos (impressionantes 881% de crescimento).

Enfim. O fenômeno dos personagens de novela influenciando nomes no Brasil virou até tema de pesquisa no exterior. Um estudo da Universidade Bocconi, em Milão, analisou os nomes de crianças que estavam na quinta série em 2004. Depois, compararam aos nomes de personagens de novela em 1994. Fizeram uma lista dos 20 nomes mais comuns e concluíram que a probabilidade de essa lista incluir um ou mais nomes de protagonistas de novela era de 33%.

Resta saber se, no próximo levantamento, os nomes vão continuar a acompanhar as novelas ou vão evoluir para o Netflix e o mundo das séries: imagina quantas Daenerys (Dainéris?) podem nascer ainda esse ano?

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