De onde vem os bebês mais chorões do mundo?
Crianças do Reino Unido, Canadá e Itália passam mais tempo chorando, em média
Uma das únicas habilidades sociais que já nascem com a gente é a capacidade de chorar. E para demonstrar o que estão sentindo, os bebês costumam usá-la bastante, sobretudo nas primeiras semanas de vida. Estima-se que recém-nascidos passem pelo menos duas horas do dia nessa sinfonia incômoda – esse tempo pode variar conforme a cultura local. Entre os campeões do choro estão os bebês nascidos no Reino Unido, Canadá e Itália. É o que afirma uma pesquisa da Universidade de Warwick, na Inglaterra, publicada no Journal of Pediatrics.
O estudo analisou uma série de publicações científicas anteriores para reunir informações sobre 8960 bebês, de países desenvolvidos da Europa, América do Norte e Ásia. Esses dados permitiram aos pesquisadores determinar quanto tempo as crias humanas com até três meses costumam chorar. Durante as duas primeiras semanas de vida, eles mantém a média de duas horas por dia. Esse total é aumentado em 15 minutos até seis semanas, e depois cai para 70 minutos, quando as crianças atingem 12 semanas de vida.
Essa, no entanto, é apenas uma média: foram registrados casos de bebês com apenas meia hora de choro por dia e outros, aspirantes a cantores líricos, que berravam quase sem intervalo por mais de cinco horas diárias. Para determinar o estágio em que o choro se torna nocivo, os pesquisadores definiram o ponto de “cólica”. Se encaixavam nesse grupo aqueles que choravam intensamente durante pelo menos três horas por dia, em três dias da semana.
Os níveis mais altos de cólica foram encontrados nas crianças do Reino Unido, Itália e Canadá. Neste último, 34% dos bebês com até um mês de vida poderiam ser encaixados no quadro de cólica. Os níveis menores – ou os pais mais sortudos, como queira – vêm da Dinamarca e Alemanha: apenas 5,5% e 6,7%, respectivamente, também nos casos até um mês.
“Nós podemos aprender mais [sobre o comportamento dos bebês] se analisarmos as culturas em que há menos choro, seja por causa da criação ou outros fatores relacionados às experiências durante a gravidez ou genética”, explica Dieter Wolke, um dos autores do estudo, em entrevista ao site da Norwick University. Para o pesquisador, identificar por quanto tempo uma criança chora pode ajudar pais e profissionais no diagnóstico de problemas de saúde, além de melhorar as práticas de cuidado com os filhos.