Mexicano cria papel higiênico Trump; lucro irá para deportados
Produto é reação aos discursos do presidente contra migrantes do país vizinho; na China, Trump foi à Justiça para tirar seu nome de fábrica de privadas
Suavidade sem fronteiras. É isso o que está escrito na embalagem do Trump Paper, que foi criado pelo advogado mexicano Antonio Battaglia. Ele registrou a marca em agosto de 2015, bem antes de Trump chegar ao poder, e diz que sua intenção inicial era apenas chamar a atenção. “Pensei em registrar [o nome Trump] como marca de sapato, pois minha família trabalha com isso, mas aí vi que ela já estava registrada”, explicou Battaglia ao portal mexicano Expansión. Então ele escolheu o papel higiênico, porque achou irônico e porque ninguém havia registrado esse produto sob a marca Trump.
De lá para cá, o cenário político mudou totalmente. Trump foi eleito prometendo construir um muro na fronteira entre México e EUA, e adotou uma retórica agressiva com relação à imigração. Battaglia diz que seu papel higiênico não é uma provocação ao presidente americano, mas promete destinar 30% do lucro para ajudar mexicanos deportados dos EUA. Ele pretende lançar o papel até o final do ano, com investimento de 400 mil pesos (cerca de R$ 72 mil), mas diz que está com dificuldade para encontrar uma empresa disposta a produzir o papel Trump – todos os fabricantes alegam que já estão sobrecarregados.
No começo do ano, o sobrenome do presidente americano motivou uma disputa judicial na China – onde vinha sendo utilizado por uma fábrica de vasos sanitários, a Shenzen Trump Industrial Company, que comercializava sua linha de privadas sob a marca “Trump.” Os advogados do presidente foram à Justiça chinesa, e venceram: as privadas vão ter que mudar de nome.