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Milionário do Bitcoin vai doar US$ 86 milhões para a caridade

A grana deve servir, entre outras causas, para o estudo de doenças da velhice e do uso de MDMA no tratamento de lesões pós-traumáticas

Por Guilherme Eler
Atualizado em 11 mar 2024, 17h52 - Publicado em 20 dez 2017, 20h03

Quem pegou o bonde andando e entrou na jogada no início de 2017 assistiu ao Bitcoin aumentar seu valor em 1700%. Sim, muitíssimo mais do que qualquer grana renderia por gerações na poupança. Agora, pare um pouco e imagine o tamanho do sorriso de quem desfrutou da onda de rendimento desde o começo. Pois é.

Foi mais ou menos esse o caso de “Pine”, investidor anônimo que deu a sorte de chegar na parada quando tudo ainda era mato. Se suas primeiras transações, com a moeda virtual valendo US$ 15, serviam apenas para pagar as próprias contas mensais, Pine, agora, pode se dar ao luxo de criar um fundo gordo para ajudar o próximo.

“Eu me lembro de quando comecei a minerar, alguns anos atrás. (…) O Bitcoin mudou a minha vida, e, hoje eu tenho muito mais dinheiro do que poderei gastar um dia. Meus objetivos, minhas metas e motivações na vida não tem relação alguma com ter muitos milhões, ou ser super rico. Então, estou fazendo algo a mais: doando quase todos meus Bitcoins para causas humanitárias. Batizei esse projeto de Pineapple Fund”, explicou o bom samaritano, em um post no Reddit.

Inicialmente, 5,057 Bitcoins foram depositados no fundo um montante de US$ 86 milhões (ou quase R$ 284 milhões). Mesmo após o apoio a 9 ONGs, restam US$ 79 milhões, que, de acordo com Pine, também irão embora em pouco tempo. Até agora, o fundo focou no auxílio a organizações da área de pesquisa médica, saúde mental, conservação ambiental, além do combate à violência doméstica e abuso sexual, e causas relacionadas a tecnologia.

Da lista de beneficiadas, duas causas chamam a atenção. A SENS Research Foundation usará seu milhão para continuar pesquisando maneiras de curar doenças relacionadas a idade, e a Multidisciplinary Association for Psychedelic Studies (MAPS) pretende bancar testes psicoterápicos com MDMA (popularmente conhecida como ectsasy), para ver a resposta da droga no tratamento de doenças pós-traumáticas causadas pelo estresse. Em entrevista à Bitcoin Magazine, o dono da grana declarou acreditar que tais iniciativas se alinham ao seus próprios valores.

“Quanto mais o Bitcoin valoriza, mais eu ficou preocupado com minha própria segurança. Gostaria de viver uma vida simples, e a maioria das pessoas em minha vida não faz nem ideia do tanto de dinheiro que possuo”. Como observado pelo site Mashable, o endereço Bitcoin atribuído à Pine registra, atualmente, 5,058 moedas – só 0,01 Bitcoin a mais que o valor atual do fundo. Ou seja, parece mesmo que aquele papo de doar tudo para viver com pouco não é caô.

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