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Números de nascimentos de gêmeos é o maior da história, diz estudo

Aumento do uso de técnicas de reprodução assistida e adiamento da gravidez fizeram o total de gêmeos aumentar em 42% nas últimas décadas.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 24 mar 2021, 01h30 - Publicado em 16 mar 2021, 18h12
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  • Dois bebês, gêmeos idênticos, se olhando.
     (Image Source/Getty Images)

    O número de nascimentos de gêmeos está cada vez mais alto, e nunca houve tantos irmãos gêmeos no mundo como agora. Foi o que descobriu uma nova pesquisa publicada nesta semana no periódico científico Human Reproduction.

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    Desde a década de 1980 até agora, a taxa global desse tipo de nascimento aumentou em quase um terço – de 9,1 partos de gêmeos a cada 1.000 partos em 1980-1985 para 12,0 partos em cada mil. Isso equivale a cerca de 1,6 milhão de pares de gêmeos nascendo a cada ano, um aumento de 42% em relação aos 1,1 milhão nascidos no começo da década de 1980.

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    Os números foram calculados com base em dados de 165 países entre 1980 e 2015, compilados por pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra.

    Segundo a equipe, há um conjunto de fatores que explicam o aumento, sendo que o principal deles é um crescimento no emprego de técnicas de reprodução medicamente assistida, como a fertilização in vitro. Nesse procedimento, óvulos são fertilizados em laboratório e posteriormente introduzidos no útero da mulher, onde o embrião poderá se desenvolver. É comum que, dependendo do caso, mais de um óvulo seja utilizado para maximizar as chances de sucesso – o que pode favorecer também o surgimento de gêmeos.

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    Um indício disso é que praticamente todo aumento no nascimento de gêmeos observado pelo mundo corresponde apenas aos gêmeos fraternos (também chamados dizigóticos ou bivitelinos), irmãos que se originam de óvulos diferentes, fertilizados por espermatozoides diferentes, e que portanto são geneticamente e fenotipicamente (ou seja, de aparência) distintos, mas compartilham o útero durante toda a gestação.

    A taxa de nascimento de gêmeos idênticos (monozigóticos) permaneceu mais ou menos a mesma nas últimas décadas – esses “clones” naturais surgem de um mesmo óvulo, fertilizado pelo mesmo espermatozóide, que posteriormente se divide em dois irmãos iguais.

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    Outro fator que influenciou no aumento foi o avanço da medicina em geral, que agora consegue lidar com partos de gêmeos muito melhor do que décadas atrás, quando essas gestações representavam um maior risco para a mãe e para os bebês do que no caso de filhos únicos.

    O fato de que, em média, as mulheres estão tendo filhos mais velhas do que nas décadas passadas também pode influenciar. Mulheres mais velhas têm mais chances de liberar mais de um óvulo de uma única vez durante seu ciclo reprodutivo.

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    Em termos geográficos, os maiores aumentos foram observados em países de alta e média renda – já que é nesses lugares que se cresce também a busca por técnicas de reprodução assistida. Em comparação com a década de 1980, os nascimentos de gêmeos aumentaram 71% na América do Norte, 58% na Europa e e 46% na Oceania. Por aqui, na América do Sul, o número não se alterou nos últimos 30 anos.

    Mas nem mesmo com os saltos significativos esses continentes de maior renda vencem o campeão quando a questão é nascimento de gêmeos: a África. Por lá, 17 partos a cada mil resultam em irmãos gêmeos – e esse número permanece mais ou menos o mesmo desde a década de 1980. Fatores genéticos ainda não muito bem compreendidos provavelmente explicam esse fenômeno, segundo a equipe do novo estudo.

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    “Devemos dar mais atenção para o desenvolvimento dos gêmeos em países de baixa e média renda”, disse, em comunicado, Jeroen Smits, coautor da pesquisa. “Na África subsaariana em especial, muitos gêmeos perdem seus respectivos irmãos ainda no primeiro ano de vida – cerca de duzentos a trezentos mil a cada ano, de acordo com nossas pesquisas anteriores. Embora as taxas de nascimento de gêmeos em muitos países ocidentais ricos estejam agora se aproximando das da África Subsaariana, há uma enorme diferença nas chances de sobrevivência.”

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