Quarentena diminui poluição do ar ao redor do mundo
O novo coronavírus puxou o freio de atividades humanas. Quem agradece é o ambiente.
Poucos voos, menos carros circulando, indústrias produzindo menos. Com o planeta focado em combater a pandemia de Covid-19, a poluição do ar caiu consideravelmente.
Em Nova York, o tráfego diminuiu 35% desde a chegada do novo coronavírus. Isso cortou as emissões de monóxido de carbono por automóveis pela metade, em comparação a 2019. Na China, epicentro inicial da pandemia, as emissões de CO2 caíram 25% em apenas duas semanas, o que, segundo estimativas, pode resultar numa redução de 1% em 2020.
O total de NO2 na atmosfera também ficou menor de forma repentina no norte da Itália, um dos países mais afetados pela pandemia. Por lá, a queda foi de 40% – a diferença é tão grande que dá para ver a mancha de poluição diminuindo em imagens de telescópio.
O mesmo aconteceu em países como Reino Unido, Alemanha e Holanda. O Brasil não ficou de fora: segundo a Cetesb, houve queda de 50% na poluição do ar na cidade de São Paulo uma semana após o início da quarentena.
A má notícia é que as reduções podem ser temporárias. Após o fim da crise financeira de 2008, por exemplo, as emissões subiram 5% repentinamente, como resultado dos estímulos financeiros ao setor de combustíveis. O receio é que os esforços para recuperar a economia joguem os ganhos atuais pelo ralo.