Governos
O governo americano estima que 120 países ou grupos possuam programas avançados de guerra eletrônica. Um ataque poderia causar tumulto num país inteiro, como mostrou a simulação de 1997. É possível parar aeroportos, hospitais, criar caos no trânsito e impedir qualquer resposta rápida. Apesar de atentados tão graves nunca terem ocorrido, um ataque de hackers chineses contra os Estados Unidos, em junho deste ano, mostrou que o risco é grande. Eles acessaram por 17 dias os computadores que controlam a rede elétrica na Califórnia e por pouco não causaram um blecaute no Estado. Enquanto isso, 1 200 sites americanos foram tirados do ar por invasores ou receberam mensagens favoráveis à China. No mês seguinte, os chineses organizaram um devastador ataque com vírus, que recebeu o nome de “Code Red”.
Programado para atacar a home page da Casa Branca, sede do governo americano, o vírus rapidamente se espalhou pelo mundo e causou perdas calculadas em 2,6 bilhões de dólares. Não se conhece o autor de nenhum desses ataques.
Empresas
A facilidade de atacar pelas redes já causa enormes prejuízos. Um levantamento feito com 538 grandes empresas americanas e agências governamentais dos Estados Unidos revelou que as fraudes por computador foram responsáveis pela perda de pelo menos 1 bilhão de dólares entre 1996 e 2001. A maior parte dos danos vêm do roubo e da destruição de informações sigilosas da empresa, como projetos de novos produtos, informações sobre clientes ou detalhes da estratégia da companhia. Terroristas também conseguem invadir sites de notícias, publicar informações falsas e, com isso, manipular a Bolsa de Valores ou acabar com a credibilidade de uma empresa. No entanto, os maiores prejuízos viriam de um ataque aos computadores que coordenam o fluxo de dados entre as diversas partes da internet. A queda de algumas dessas máquinas sobrecarregaria os demais computadores e poderia, como em um jogo de dominó, derrubar toda a rede mundial de computadores.
Casas
O perigo atinge até mesmo os usuários domésticos. Além de terem que lidar com vírus que se espalham por e-mail, eles ainda podem ser usados como arma para investidas maiores: programas podem entrar despercebidos no computador e, sob o comando de um terrorista, serem usados para atacar um endereço na internet. Mas o maior risco que os usuários domésticos da rede enfrentam é o roubo de dados bancários ou dos números de cartões de crédito, que seriam usados para transferir dinheiro de forma ilícita – eventualmente para financiar o terrorismo.