A hipermemória do chip 3-D
Químicos americanos já estão propondo um novo chip, ainda mais revolucionário que o chip ótico, não só pela forma, tridimensional, semelhante a um dado, mas sobretudo pela capacidade de armazenar informações: mais de 6 trilhões de bits.
Nem começaram a dar frutos as pesquisas para construir um chip ótico – a pequeníssima plaquinha de circuito integrado na qual a informação trafega por sinais de luz (SUPERINTERESSANTE número 10, ano 3) – e dois químicos americanos já estão propondo um novo chip, ainda mais revolucionário: não só pela forma, tridimensional, semelhante a um dado, mas sobretudo pela capacidade de armazenar informações – mais de 6 trilhões de bits, uma colossal enormidade comparável ao conteúdo completo de quase 7 mil edições desta revista. Hoje, o mais poderoso chip eletrônico ainda em fase experimental pode armazenar 16 milhões de bits.
Os cientistas propõem encher pequenos cubos de plástico transparente com substâncias chamadas fotocrômicas, cujas moléculas mudam de cor quando iluminadas por um breve período. Como um bit representa um sinal “ligado” ou “desligado” num circuito convencional, a nova idéia é fazer com que um feixe de raios laser atinja determinada molécula da substância, que poderia então ter dois tipos de reação: mudar ou não de cor, criando assim o código hinário com o qual trabalham os computadores. “Já mostramos que a idéia funciona”, diz Peter Rentzepis, um dos cientistas. “Mas ainda estamos longe de conseguir gravar bilhões de bits.” O esforço, porém, promete, como atesta meia dúzia de outras equipes de cientistas que pesquisam a mesma idéia.