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Alienígenas: invadindo a imaginação

Temíveis como o Alien ou meigos como o ET, os alienígenas já desembarcaram nas nossas mentes, através do cinema e dos livros de ficção científica.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
30 abr 1997, 22h00 • Atualizado em 31 out 2016, 18h38
  • Roberto Guimarães

    Pele verde, orelhas pontiagudas e dois olhos na nuca? Ou, quem sabe, um corpo cheio de escamas, com antenas gosmentas? Como é o extraterrestre que mora na sua cabeça? Ele é bonzinho e irá protegê-lo dos perigos? Ou é um vilão que ameaça aniquilar a humanidade? Muito antes que a ciência começasse a se perguntar se existe ou não seres vivos fora da Terra, a mente humana já idealizava criaturas de outros planetas. A literatura de ficção científica trouxe ao nosso imaginário os alienígenas, esquisitos e hostis. Mas foi em Hollywood que eles acharam seu habitat ideal. Dos dez filmes com maior bilheteria em todos os tempos, cinco têm como tema os seres espaciais. No topo da lista estão Guerra nas Estrelas, de George Lucas, e ET: O Extra-Terrestre, de Steven Spielberg. Não é difícil entender a razão de tanto sucesso. É só no cinema que podemos “ver” os forasteiros que nos assustam e fascinam.

    O ET do bem contra o Alien do mal

    Cada época tem o ET que merece. Os primeiros alienígenas do cinema eram medonhos e assustadores. Queriam matar, escravizar os humanos e conquistar a Terra. Este foi o tom dominante no cinema até o final da década de 60. Depois que o homem pisou pela primeira vez na Lua, em 1969, os extraterrestres deixaram de ser obrigatoriamente malvados. O Cosmo já não apavora tanto, e Hollywood até se permitiu o luxo de fabricar um ET bonzinho. O personagem de Spielberg é tudo aquilo que gostaríamos de ser: generoso, sensível e preocupado com o próximo. Sua missão na Terra é pacífica. Ele age como turista, não como conquistador.

    O ET “do bem” é uma exceção. Quase todos os filmes de ficção científica seguem o esquema maniqueísta do faroeste – o duelo entre o bandido e o mocinho, que sempre ganha a parada. As terríveis criaturas de Alien, o Oitavo Passageiro representam, melhor do que ninguém, a estirpe dos vilões espaciais. Os aliens não pensam, não falam, não sentem. Tudo neles, da boca ao rabo, é feito para causar destruição. Seu aspecto é asqueiroso. Sem alma nem compaixão, eles expressam aquilo que não gostaríamos de ser de jeito nenhum. Como sempre, os aliens acabam derrotados pelos humanos. Final feliz. Todos podem ir para casa em paz.

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    O jeitinho alienígena de ser

    Como qualquer ser humano, o extraterrestre das obras de ficção tem aparência e personalidade. Mas, se nunca o vimos, como representá-lo? Só há uma maneira: a partir de nossa própria realidade. Os ETs da nossa imaginação refletem aquilo que somos, o que gostaríamos de ser ou ainda aquilo que odiaríamos ser. É o que a Psicologia chama de projeção. Segundo a psicanalista Maria Lúcia Vieira Violante, da PUC de São Paulo, “a criação cultural é uma espécie de extensão do ser humano”.

    Trocando em miúdos: os alienígenas são fruto das experiências vividas pelos humanos. É por isso que os ETs têm pernas, braços, cabeça, olhos e se comunicam através da fala. Eles são seres antropomórficos, ou seja, de aparência humana com traços animais. Nossa cultura não poderia concebê-los de outra forma, a partir do nada.

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    Os alienígenas mostram outro traço típico do ser humano, o narcisismo. De acordo com Violante, “é inimaginável se pensar fora de si”. O Homem está sempre no centro de seu universo. Isto faz com que os ETs, no cinema e na literatura de ficção, sejam cópias aperfeiçoadas ou pioradas de nós mesmos.

    Os marcianos estão chegando

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    O dia em que os alienígenas invadiram os Estados Unidos.

    Pânico nos Estados Unidos. O país está sendo invadido por hordas de marcianos. Eles já chegaram a Nova York, a bordo de suas naves futuristas. Não há como resistir: a superioridade dos alienígenas é incontestável. Em tom dramático, o locutor da rádio CBS anuncia que há discos-voadores sobrevoando o edifício da emissora, no coração de Manhattan. Será o fim?

    Esta cena aconteceu de verdade. Mas só no rádio. Faz parte do programa radiofônico mais famoso do mundo, uma adaptação feita pelo diretor Orson Welles para o romance A Guerra dos Mundos, que H.G. Wells escreveu em 1897. O livro foi ao ar no formato de um programa jornalístico, transmitido em 30 de outubro de 1938, por ocasião do Halloween, o Dia das Bruxas.

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    O romance ganhou ainda mais realismo graças às entrevistas com “especialistas” e “testemunhas” que disseram ter presenciado a chegada dos alienígenas. Milhares de pessoas acreditaram no que ouviam. Cidadãos apavorados disparavam tiros contra caixas d’água, certos de que eram espaçonaves invasoras. Apenas no final da transmissão é que Orson Welles avisou que tudo não passava de uma brincadeira. E emendou: “Esta é nossa maneira de comemorar o Halloween”. Muita gente não achou a menor graça.

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