As revoluções do Porto Digital de Recife
Empresários e consumidores aproveitam experiências proporcionadas pelo Parque Tecnológico no Recife
Matheus Ximenes Pinho, 32 anos, arquiteto e um dos sócios do e-commerce de móveis e decoração Muma, viu a loja de móveis de design autoral deslanchar nos últimos anos. “Quando a loja tinha um mês de vida na internet e um ano de existência, assisti a uma palestra e descobri a incubação do Porto Digital. Apliquei e a Muma foi escolhida e incubada. O processo foi super importante para chegarmos onde estamos hoje”, diz.
A Muma é uma das muitas empresas de Recife que deslancharam graças ao Porto Digital, um parque tecnológico que atua na produção de softwares e serviços de tecnologia da informação e comunicação, na economia criativa, e que foca, também, no futuro das cidades por meio de prototipação com base em fabricação digital e internet das coisas. Em outras palavras, é um reduto de projetos que vão aprimorar cada vez mais a experiência de vida das pessoas. Além disso, o Porto Digital é, por si só, uma oportunidade de experiência diferente dentro do Recife. Tudo a ver com o #hellocidades, projeto inédito de Motorola que sugere novas conexões entre pessoas e lugares por meio da tecnologia.
Matheus Ximenes Pinho concorda. “Para nós, o networking e as pessoas que conhecemos ao longo dos 18 meses de incubação foram o mais importante. Inclusive foi no Porto Digital que conhecemos o grupo Ikewai, dos sócios Teco Sodré e Sílvio Meira, que investiu na gente”, diz.
Em maio, o e-commerce de móveis de design inaugurou um showroom físico no bairro das Graças (Rua Amélia, 470) e vai expandir o negócio para São Paulo, com uma nova loja, ainda em novembro. Segundo dados da própria empresa, a Muma teve um crescimento de 488% nos últimos dois anos. “Estamos onde estamos muito pelas experiências proporcionadas pela incubação no Porto Digital, tivemos uma contribuição grande deles”, avalia Pinho.
O passado e o futuro
Fisicamente, o Porto Digital está no Bairro do Recife, em que empreendimentos e inovações se misturam a casarios, ruas de pedras portuguesas e muita história para contar. Virtualmente, o parque tecnológico é muito maior do que isso.
Quando começou, há 18 anos, o Porto Digital era formado por apenas três empresas. Hoje, são mais de 270 empresas, organizações de fomento e órgãos de Governo, com cerca de 8.500 trabalhadores e um faturamento anual de R$ 1,5 bilhão. Os empreendimentos são diversos em tamanho e gênero. O Porto Digital abriga desde as multinacionais, como a global Accenture, passando por grandes, pequenas e microempresas, até startups, como é o caso da Muma Design.
Um dos braços de atuação forte do Porto Digital junto à comunidade é através do Portomídia, projeto de economia criativa do parque tecnológico que conta com instalações e incubadora próprias, além de diversos programas de qualificação, exibição e desenvolvimento nas áreas de design, cine-vídeo-animação, games, mídias digitais, fotografia e música.
A realizadora audiovisual Sylara Silvério, 29 anos, conta que já participou de masterclasses e oficinas oferecidas pelo Portomídia. “A programação geralmente é enriquecedora, além de ser gratuita ou com um valor super acessível. Quando conheci a estrutura do Portomídia fiquei muito contente ao saber que existiam estúdios com equipamentos de ponta acessíveis não só para profissionais da área de cinema, que é o meu foco, mas também para estudantes”, comemora.
Além do foco no mundo do audiovisual, o Portomídia oferece cursos, oficinas e masterclasses voltados para fotografia, música, tecnologia e games, como é o caso do Portomídia Game Jam, evento onde desenvolvedores, game designers, artistas e outros profissionais da área de jogos juntam-se para, num determinado espaço de tempo, criar um novo game.
Experiências digitais
Em novembro, um novo projeto do Porto Digital, o festival REC’n’Play, vai tomar o Bairro do Recife e pretende ser uma experiência intensa para todos que forem até o Recife Antigo participar da programação que ainda está sendo fechada. “O REC’n’Play é um festival de tecnologia que oferece aos participantes e à cidade a oportunidade de discutir e vivenciar assuntos de vanguarda ao mesmo tempo em que podem experienciá-los na prática”, explica o produtor executivo do festival, Ugo Portela.
As atividades acontecerão em ambientes internos como o Apolo 235, novo prédio do Porto Digital, ou externos, como ruas e praças, com atividades simultâneas e sequenciais distribuídas em diversos polos. O festival está sendo organizado em parceria com a Ampla Comunicação, a Prefeitura do Recife, o Governo do Estado e o Sebrae Pernambuco.
“Nosso objetivo é que a cidade se aproprie dela mesma. Pensamos numa programação que ocorra em diversos lugares do Recife Antigo. O objetivo é que o público tenha eventos distribuídos em quase 20 lugares distintos do bairro”, revela Francisco Saboya, presidente do Porto Digital.
O festival REC’n’Play começa no dia 30 de novembro e segue até 03 de dezembro com atividades nas áreas de audiovisual, fotografia, design, música, robótica, games, e mais. Em breve a programação completa será divulgada, fique de olho.
E quando for até o Bairro do Recife participar do REC’n’Play, não esqueça de registrar com a hashtag #hellocidades. Reconecte-se com o Recife e suas novidades através do hellomoto.com.br.