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Colar descobre o que você está comendo – pelo som da mastigação

E se você pudesse contar as calorias ingeridas em um dia sem precisar anotar cada refeição?

Por Helô D'Angelo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 mar 2024, 10h09 - Publicado em 11 abr 2016, 18h45

Pare o que estiver fazendo e lembre do som de batatinhas fritas crocantes sendo mastigadas. Conseguiu ouvir na memória? Bom, um computador também consegue fazer isso – reconhecer sons e lembrar deles depois. Essa é a ideia por trás do AutoDietary, um dispositivo em forma de colar capaz de ouvir e registrar o que você come e bebe, sem que você precise fazer nada além de usá-lo enquanto come.

Inventado por cientistas da Universidade Estadual de Nova York, o AutoDietary parece uma gargantilha, e fica bem colado no pescoço – mas não atrapalha na hora de engolir. Ele tem um microfone pequeno, do tamanho de um puxador de zíper, que capta os sons da pessoa mordendo, mastigando e engolindo. Os ruídos são gravados e enviados por Bluetooth para um aplicativo de celular que analisa cada som e reconhece a comida ou bebida que o produziu. Os dados são registrados no celular da pessoa, para que ela consiga acessar depois – um jeito de acompanhar a própria alimentação sem precisar ficar anotando cada alimento ingerido.

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Em um primeiro teste do AutoDietary, 12 pessoas beberam água e mastigaram alimentos diferentes: maçãs, cenouras, batatinhas fritas, biscoitos, nozes e amendoins. Em 85% dos casos, o dispositivo conseguiu distinguir as comidas só pelo som. Mas o problema é justamente o que ele não é capaz de identificar, já que alguns alimentos muito diferentes podem produzir um som muito parecido na mastigação – sorvete e mingau, por exemplo. Isso tem um impacto grande na eficácia do AutoDietary, já que alimentos como esses têm valores calóricos bem diferentes: enquanto 100g de sorvete de chocolate tem 215 calorias, a mesma quantidade de mingau de aveia tem só 62. Por isso, os cientistas estão tentando criar uma biblioteca de sons de várias comidas sendo mastigadas, para alimentar a memória do aplicativo e aumentar a exatidão das análises.

Mas há um outro problema: o dispositivo ainda não consegue distinguir alimentos complexos com vários ingredientes, como sopa ou molho de macarrão. Para solucionar mais essa, os pesquisadores pretender adicionar ao colar um medidor de glicemia, que monitoraria as variações de açúcar no sangue, para ter uma ideia mais exata do tipo de alimento que foi ingerido. Para fazer isso, porém, uma amostra de sangue da pessoa precisa ser colhida, o que não seria nada confortável (a não ser que os cientistas usassem a mesma tecnologia desta pulseira). Então, por enquanto, o foco é fazer crescer o banco de sons de alimentos. 

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Por enquanto, o AutoDietary ainda está nas primeiras fases de desenvolvimento. Mas quando o sistema estiver completo, ele deve conseguir reconhecer todos os alimentos e, além de registrar as refeições, aconselhar a pessoa, dando alternativas mais saudáveis de alimentação. Por enquanto, ele só conta calorias – mais ou menos como o Smartplate

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