Segure a indigestão: ou você nasce “magro de ruim” ou, sinto muito, vai ter que malhar e fechar a boca para ficar com o peso ideal.
São diferenças no metabolismo que fazem com que algumas pessoas queimem mais calorias do que a média para manter o corpo funcionando. Assim como os carros usam álcool ou gasolina para rodar, nós nos abastecemos com gordura e a armazenamos, tirando dela a nossa energia. Daí, existem os carrões com motores potentes e grandes consumidores de combustível e os carros com motor de mil cilindradas.
O que fazer para ser um Land Rover e não um Celta? O mais provável é que você nasça como um ou como outro. Estudos com gêmeos têm mostrado que a genética contribui com nosso peso corporal em 40 a 70%. Genes da obesidade têm sido identificados, o que mostra que alguns corpos já viriam programados para gastar mais fazendo as mesmas coisas.
Seguindo na analogia, se seu corpo é um 4×4, você terá direito a comer mais – ou ser abastecido mais frequentemente. Os magros de ruim talvez sejam uma minoria porque a seleção natural favoreceu o seu oposto, a eficiência energética. Com os grandes períodos de fome, sobreviveram principalmente as pessoas poupadoras de reservas e as ávidas por comida. Satisfeito?
Fonte: Márcio Mancini, endocrionologista da FMUSP.