Com que plataforma eu vou?
Os principais sistemas operacionais de tablets e smartphones chegaram à maturidade - ou seja, nenhum é ruim. O que importa agora são os aplicativos que cada um roda
Maurício Svartman
Já ouviu falar de torcedor de plataforma? Ele é aquele internauta que entra em todas as notícias de comparação de “sistemas operacionais de dispositivos móveis” para defender o seu preferido e escrachar o do outro – igualzinho ao que aconteceu nas últimas décadas entre usuários de PC e Mac, até cada sistema conquistar seu nicho. Pois bem, ao contrário do futebol, a rivalidade platafórmica é 100% benéfica. As críticas a fulano e elogios a beltrano influenciaram tanto os lançamentos e atualizações dos aplicativos que hoje, passada a fase experimental dos smartphones, você pode ter certeza de que irá encontrar um sistema operacional ao menos decente em qualquer aparelho que adquira. Mas isso ainda não vale para os aplicativos. É aí que a balança pesa na hora de escolher entre as principais plataformas.
Android, o liberal
O Android Market já superou os 300 mil apps e parece ser questão de tempo para ultrapassar a Apple. Em aplicativos grátis, já é o líder do mercado. A filosofia aqui é a do filtro mínimo: diferentemente da Apple, não há controle para o que for acessado, adquirido e modificado nos mais de 300 modelos de aparelhos que rodam o sistema operacional. O lado negativo é que algumas dezenas de apps maliciosos já surgiram, e outros tantos são de qualidade bem baixa – espere dezenas de aplicativos dedicados a simular o som de peidos e gerenciar o volume de fezes produzidas diariamente. Isso acaba inflando o número total de apps disponíveis.
6 bilhões de downloads de apps foram feitos no Android Market até julho de 2011.
65% dos aplicativos são gratuitos.
Média de preço dos Top 100 aplicativos pagos: US$ 6,47.
Fontes: Distimo, Canalys, Android Market, App Store, BlackBerry.
Os outros
Os lanterninhas dos sistemas operacionais.
Bada – O sistema da Samsung tem poucos apps, e a própria empresa prioriza o Android em seus aparelhos.
Symbian – A fatia do sistema da Nokia no mercado caiu de 41% para 22% num ano.
iOS, o leão de chácara
O sistema operacional do iPhone e do iPad tem cerca de 500 mil apps disponíveis na App Store. A Apple gosta de funcionar como filtro, para que os consumidores tenham acesso apenas a aplicativos que ela considere seguros e de boa qualidade. Por isso, o usuário fica sujeito às suas decisões editoriais – um aplicativo com o conteúdo do Wikileaks, por exemplo, foi banido.
15 bilhões de downloads de apps foram feitos na App Store até julho de 2011.
37% dos aplicativos são gratuitos.
Média de preço dos aplicativos pagos: US$ 3,64.
BlackBerry, o workaholic
O BlackBerry App World tem cerca de 30 mil apps. Apesar de sua participação no mercado ter caído pela metade em um só ano, o BB segue como o favorito dos executivos, e brilha com suas ferramentas de comunicação: emails, mensagens e bate-papo. Seus apps têm aparência precária quando comparados aos seus concorrentes – ainda lembram o começo da internet -, são mais caros e difíceis de atualizar.
1 bilhão de downloads de apps até julho de 2011.
26% dos apps são gratuitos.
Média de preço dos aplicativos pagos: US$ 3.
WP7, a novidade
Os 29 mil aplicativos desenvolvidos até agosto refletem o fato de o Windows Phone 7 ser o novato do grupo. Mas a parceria com a Nokia pode mudar esse quadro. A tendência da Microsoft é que o usuário não perca tempo no telefone: apenas entre no aplicativo, resolva seu problema, e desligue. Então as firulas são raras por aqui. Apps de terceiros ainda não funcionam com multitarefas, mas a atualização mais recente promete consertar isso.
51% dos apps são gratuitos.
Média de preço dos aplicativos pagos: US$ 1,48.