Como impedir o seqüestro de aviões?

Cada solução resolve apenas uma parte do problema e pode abrir novas possibilidades ara os terroristas.

Por Da Redação SEGUIR SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h39 - Publicado em 31 out 2001, 22h00

Os ataques terroristas ao World Trade Center e ao Pentágono obrigaram as autoridades a rever os sistemas de segurança em aeronaves e aeroportos. “Até então, as medidas adotadas só previam casos em que os terroristas usariam os passageiros como moeda para conseguir dinheiro, armas ou a libertação de prisioneiros”, afirma o engenheiro Moacyr Duarte, especialista em contenção de catástrofes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Nesse novo cenário, não importa mais quem está dentro da aeronave. O objetivo é evitar que ela seja usada para destruir alvos no solo.” Nos dias que se seguiram aos atentatos, surgiram diversas idéias para evitar esse tipo de ameaça. Mas, mesmo que todas elas sejam implantadas, é impossível dizer se o problema estará definitivamente resolvido.

“Cada solução resolve apenas uma parte do problema e pode abrir novas possibilidades ara os terroristas”, diz o comandante Ronaldo Jenkins, coordenador da comissão de segurança de vôo do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias, no Rio de Janeiro. Para completar, a adoção de novas medidas de segurança implica em custos adicionais – a serem pagos pelos passageiros – além de uma demora maior entre o check-in e a decolagem. “Precisamos discutir cada proposta até achar o ponto ideal entre segurança e conforto”, afirma Jenkins.

Segurança máxima

Sugestões antisequestro demandam novas tecnologias

1. Cabine blindada

Isolar o comandante do resto da aeronave é uma forma eficaz de evitar que seqüestradores tomem o controle do avião. Por outro lado, a medida impede que os comissários prestem socorro no caso de uma emergência na cabine e barra o acesso dos pilotos ao banheiro e aos serviços do avião

2. Controle remoto

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Sistemas eletrônicos de vôo permitiriam que a torre, ao identificar um seqüestro, assuma o comando do avião e o dirija até o aeroporto mais próximo. A dificuldade é garantir que os terroristas não controlem esse sistema

3. Novo combustível

Grande parte do potencial destrutivo de um avião está nas toneladas de combustível que ele carrega. No futuro, aviões movidos a hidrogênio podem se tornar menos explosivos, já que esse gás não tem a mesma força de combustão que o querosene de aviação, usado atualmente

4. Tripulação armada

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Os Estados Unidos planejam colocar um oficial armado dentro dos aviões. Algumas organizações propõem que a tripulação também seja equipada com armas de fogo ou com gás paralisante. Há, no entanto, o receio de que essas armas sejam roubadas por terroristas durante o vôo

5. Telefones liberados

Há quem defenda o uso de celulares para que os passageiros notifiquem as autoridades no caso de uma emergência. Mas resta o risco de esses telefones interferirem nos equipamentos de navegação

6. Bagagem isolada

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A carga, depois de revistada, poderia ser reunida em contêineres lacrados. Um compartimento de carga mais reforçado também evita que malas com explosivos derrubem o avião

7. Perfil dos passageiros

Um sistema eletrônico traça o perfil psicológico do passageiro a partir de dados do check-in e identifica possíveis terroristas. Isso já é usado em vôos internacionais e pode ser aproveitado em todas as rotas

8. Identificação por biometria

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Reconhecer a pessoa pela retina, pelas medidas do corpo ou pela freqüência cardíaca pode determinar se ela está usando identidade falsa ou tentando se passar por um funcionário

9. Raio-x mais potente

Novos sistemas de raio-x detectam qualquer material que as pessoas tragam por baixo das roupas ou na bagagem. Outro equipamento detecta traços de explosivos plásticos presentes, por exemplo, ao redor de uma mala