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Designed by Apple, montado pela McLaren

Segundo o jornal britânico Financial Times a Apple quer comprar a McLaren. E, se tudo der certo, vai sair baratinho.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 31 out 2016, 19h01 - Publicado em 23 set 2016, 22h15

A Apple está a pé. A empresa passou os últimos dois anos contratando engenheiros da indústria automobilística para desenvolver um carro com uma maçã no capô. Um carro certamente elétrico. De preferência, capaz de andar sozinho. E, obrigatoriamente, um carro que pareça tão bonito hoje quanto o primeiro iPhone pareceu em 2007 – até por isso a companhia colocou na liderança do projeto um dos criadores do iPhone original, Steve Zadesky, que, mais lá atrás, também tinha sido um dos responsáveis pelo iPod.

Mas o caldo está entornando. Segundo o Financial Times, dezenas de engenheiros já pularam fora do projeto. E Zadesky não é mais o chefe. Acabou substituído por Bob Mansfield, homem de confiança de Tim Cook que já tinha se aposentado, e voltou à companhia para salvar o projeto.

O que deu errado? Esse segredo continua bem guardado em Cupertino, a cidade-sede da Apple. A especulação, de qualquer forma, é que a Apple teria desistido de construir seu carro inteiro do zero. Eles focariam nos softwares e nos sistemas eletrônicos (a começar por aqueles que, se Deus quiser, farão o carro andar sozinho) e deixariam motor, chassi e montagem da carroceria para alguma empresa que já fosse do ramo.

A Apple, porém, não é chegada a parcerias. Quando ela quer algo de uma empresa, ela vai lá e compra a empresa toda. Foi assim com a Beats, dos fones de ouvidos. É que, além de fones, a Beats estava desenvolvendo um sistema de streaming de música, um Spotify. A Apple, então, foi lá, comprou a Beats e lançou o tal do sistema com o nome de Apple Music.

Quando começaram a surgir os rumores de que o projeto do iCar estava capengando, veio o primeiro chute: a Apple estaria a fim de comprar a Tesla, a montadora de carros elétricos mais bem sucedida da história.

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Não seria difícil. A Tesla vale US$ 30 bilhões. Não que ela esteja a venda – esse é o preço somado de todas as ações da empresa neste momento, tanto as que circulam na bolsa de Nova York quanto as que estão nos bolsos do fundador da coisa, Elon Musk. Para comprar a Tesla, a Apple talvez tivesse que pagar três vezes isso. Como Tim Cook tem US$ 200 bilhões livres no caixa, não se tratava de uma hipótese impossível.

Mas talvez a Apple tenha tomado uma decisão bem mais racional. Segundo o mesmo Financial Times, a empresa da California fez uma oferta de US$ 2 bilhões pela McLaren, citando “fontes ligadas ao negócio”.

Não que Tim Cook tenha interesse em Fórmula-1. O que a McLaren tem a oferecer para a Apple é bem mais valioso que a equipe que já teve Ayrton Senna como funcionário. A McLaren tornou-se nos últimos anos uma exímia montadora de carro de rua. Supercarros, na verdade, com motores de 500 cavalos para cima. E mais importante: a companhia britânica virou referência em motores elétricos. É ela que faz os propulsores da Fórmula-E, uma categoria de monopostos elétricos que conta com vários ex-pilotos de Fórmula-1.

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A McLaren carrega também o status de produzir aquele que é considerado por boa parte dos especialistas como o melhor carro do mundo: o Mclaren P-1, um monstro de 900 cavalos. Interessante, para a Apple, é que 200 desses cavalos são produzidos por um motor elétrico. Se você quiser, pode andar com o seu P-1 só no motor elétrico, e ele terá quase a mesma potência de um Golf  GTI. É o bastante para grudar as suas costas no banco a cada acelerada. De quebra, ainda tem o design. O P1 (que ilustra este post em cima, com uma maçã photoshopada no capô) já parece tão atraente quanto um iPhone parecia em 2007, para dizer o mínimo. Não que a Apple vá fazer supercarros. A McLaren vende 1.500 carros por ano. A Apple, que há pouco tempo vendeu seu bilionésimo iPhone, trabalha com escalas bem maiores. O que importa é a tecnologia que a McLaren domina. Até 2005, outra tecnologia, a do câmbio automatizado com embreagem dupla, era exclusividade do Bugatti Veyron, uma aberração de mil cavalos, velocidade máxima de 415 km/h e etiqueta de preço na casa dos US$ 8 milhões. Hoje, a dupla embreagem é carne de vaca. Seu carro talvez tenha.

Tudo isso faz da McLaren uma empresa barata, caso seu preço esteja mesmo por volta de US$ 2 bilhões. A companhia de Ron Dennis, conhecido há décadas de quem assiste as transmissões de F-1, negou que esteja em negociações com a Apple – mas não negou a existência de uma oferta. Se não deu (ou não der) certo, seria uma pena para a Apple. As armas da McLaren são exatamente o que eles precisam para chegar chegando no mundo dos carros – os maiores e mais caros gadgets do mercado.

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