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E se… a Internet parasse totalmente de funcionar?

Basta imaginar que por trás de quase tudo o que fazemos hoje há um tripé de insumos essenciais: energia, telecomunicações e tecnologia.

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Atualizado em 31 out 2016, 18h47 - Publicado em 30 jun 2006, 22h00
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  • Bruno Vieira Feijó

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    Imediatamente, o caos seria generalizado. “Basta imaginar que por trás de quase tudo o que fazemos hoje há um tripé de insumos essenciais: energia, telecomunicações e tecnologia. E a internet foi capaz de juntar tudo isso na tela do computador”, diz Bob Wollheim, investidor de empresas de tecnologia. “Perder a habilidade de se comunicar com facilidade, ainda que por pouco tempo, significa retardar o nosso crescimento. Em vez de avançar, estaríamos ocupados em reatar o que já existia”, diz Ricardo Chisman, sócio da consultoria em tecnologia Accenture. “Mas é tão improvável, que nenhuma empresa prevê algo parecido em seu gerenciamento de riscos.”

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    O caos seria temporário, mas afetaria a totalidade da população do planeta. “A penetração da web chega a 70% nos países ricos, justo aqueles que mais influenciam as compras e vendas do comércio mundial”, diz a especialista em redes de computadoresTereza Cristina Carvalho, da USP. Se a queda persistisse por mais de uma semana, aí, sim, passaríamos por uma adaptação penosa. Klaus Kleinfeld, presidente da Siemens, chegou a declarar numa conferência que isso não é impossível: “Tudo o que se precisa para derrubar a internet é um computador e uma mente doentia que saiba como a rede trabalha”.

    Funciona assim: o controle do tráfego é feito por 13 máquinas principais e outras 1 000 interligadas pelo globo por cabos submarinos. Essas estações secundárias fazem cópia da informação armazenada nas principais e podem substituí-las a qualquer momento. Por isso, é mais fácil derrubar o sistema com um vírus do que bombardeá-lo fisicamente. “O que torna a internet tão vulnerável é a popularização das conexões rápidas, com micros desprevenidos ligados o tempo todo em rede”, afirma KC Claffy, diretora da Associação Cooperativa para Análise de Dados da Internet (CAIDA, na sigla em inglês). Foi essa característica da rede que permitiu, por exemplo, que em 2003 o vírus Slammer infectasse 75 mil computadores em 10 minutos, incluindo os servidores do Bank of America.

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    Apocalipse virtual

    O impacto imediato seriagrande, mas nada que nãopudesse ser contornado

    SERVIÇOS BÁSICOS

    Efeitos imediato

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    Haveria impacto elevado para serviços públicos, como é o caso da Receita Federal, que hoje depende da rede, seja para expedir cópias de declarações seja para controlar as importações e exportações do Brasil. A suspensão de reservas de passagens e do controle do tráfego aéreo é cogitada, pois a maioria das torres usam a web para a troca de dados. A telefonia – incapaz de processar tantas ligações – também entraria em colapso.

    • O impacto não será tão grande, e o setor terá condição de se renovar e seguir funcionando.

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    • Setor buscará antigas para normalizar seu funcionamento.

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    Efeitos a partir de uma semana

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    Os governos dos países precisariam interferir nos negócios das empresas e coordenar um projeto de investimentos em infra-estrutura, parecido com o que acontece em casos de desastre natural ou pandemia. Ninguém sabe, por exemplo, se faltará dinheiro em papel devido ao aumento da demanda. Como comprar comida se ninguém tem dinheiro? Quem vai fornecer os mantimentos?

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    • Intercâmbio de tecnologias com outras áreas será fundamental.

    IMPRENSA

    Efeitos imediatos

    A mídia teria um papel fundamental, especialmente a TV: acalmar a população e não estimular o pânico. “Ela ajudaria a propagar as decisões dos governos quando todo mundo estaria ávido para saber o que fazer”, diz Claffy.

    • Setor desempenhará um papel crucial na sociedade sem internet.

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    Efeitos a partir de uma semana

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    O mundo das notícias, claro, ficaria bem mais lento. Antes da web, os jornalistas só tinham acesso aos dados do exterior que o jornal mesmo comprava. “Depois do choque de democratização da informação, como voltar a depender apenas da grande imprensa, sem nenhunzinho blog pra contestar? E onde publicar nossas idéias e fotos?”, diz Wollheim.

    • Setor precisará recomeçar do zero.

    BANCOS

    Efeitos imediatos

    Com a paralisação do internet banking, só no Brasil são 26 milhões de correntistas que teriam de enfrentar tumultos e filas quilométricas nas agências e nos caixas eletrônicos. Fora o atraso em um ou outro pagamento, não haveria colapso da atividade econômica, pois as agências se comunicam por uma rede interna privada (que não precisa passar pela web) e uma parte é atendida por satélite.

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    • O impacto não será tão grande, e o setor terá condição de se renovar e seguir funcionando.

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    Ffeitos a partir de uma semana

    “Os bancos precisariam construir novas agências e colocar mais máquinas e pessoas para trabalhar”, diz Tereza Cristina. Clientes mais abonados poderiam até receber do banco dispositivos que ligassem seus computadores aos da agência mais próxima.

    • O impacto não será tão grande, e o setor terá condição de se renovar e seguir funcionando.

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    • Setor buscará antigas para normalizar seu funcionamento.

    ECONOMIA

    Efeitos imediatos

    As empresas mais afetadas seriam aquelas que atuam e têm clientes no mundo todo. Pelos menos metade delas, após uma interrupção duradoura da internet, poderiam não voltar a operar. Quanto às economias nacionais, correm mais riscos aquelas capazes de comportar e gerar mais tráfego na rede, como Coréia do Sul, Japão, Alemanha e EUA. É que, quanto maior a largura de banda, maior a disseminação dos vírus.

    • Setor paralisado.

    Efeitos a partir de uma semana

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    As finanças da Califórnia (EUA) e da Coréia do Sul estariam na lista daquelas que entrariam em colapso. A Coréia, por deter o maior número de empresas usuárias de banda larga. A Califórnia, por concentrar 70% das companhias voltadas à tecnologia, especialmente internet.

    • Setor paralisado.

    DADOS VIRTUAIS

    Efeitos imediatos

    Existem dados que só ficam guardados em servidores da web. As empresas costumam guardar cópias desses conteúdos em discos físicos, mas a gente não. Ficaríamos, portanto, sem as nossas fotos publicadas em fotologs, mensagens de serviços de correio como Gmail e Yahoo, e contatos do orkut e do MSN. Estima-se que 10 milhões de gigabytes de dados (equivalentes a 830 mil filmes de longa-metragem) circulam diariamente na rede.

    • Setor paralisado.

    Efeitos a partir de uma semana

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    Se esses dados sumirem para sempre, não há o que fazer e nem a quem reclamar. “Os contratos que as pessoas não lêem, mas aceitam, livra as companhias de supostas indenizações por falha de serviço”, diz Patrícia Pack, advogada especialista em direito digital.

    • Ineditismo da situação obrigará a pesquisa de soluções igualmente inéditas.

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