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Ele fez uma babá para sua avó

Um robô para ficar de olho na saúde dos idosos e ainda auxiliar nas tarefas do dia a dia. O engenheiro luso-britânico Antonio Espingardeiro já está testando um protótipo, e garante: todos vão precisar de uma babá robótica

Por Emiliano Urbim
Atualizado em 31 out 2016, 18h32 - Publicado em 6 fev 2014, 22h00

Por que criar esse robô?

O mundo está envelhecendo. Quando faltar mão de obra especializada para cuidar dos idosos, vamos precisar complementar o cuidado humano com tecnologia. Confirmei isso visitando casas de repouso durante um ano: há muitas situações em que Robôs de Assistência Social (a sigla em inglês é SAR) podem melhorar a qualidade de vida.

Melhorar como? O que o protótipo consegue fazer?

Uma função básica é permitir a comunicação com o idoso, via áudio e vídeo. Isso torna possível realizar exames periódicos a distância e checar se o idoso está tomando seus remédios na hora certa – aliás, lembrar o idoso de seus compromissos é uma das principais tarefas do robô. O SAR também possui recursos para monitorar o padrão de caminhada do paciente: se ele estiver se movendo mais devagar que o normal, por exemplo, pode acionar um alerta para os responsáveis.

Além de monitorar o corpo, ele pode ajudar a mente?

Estudos mostram que quebra-cabeças, palavras-cruzadas e testes de memória podem reduzir o risco e possivelmente frear a degeneração cerebral. O protótipo já oferece esses jogos, além de possuir um modo de entretenimento com piadas, canções e trívias. Ele também incentiva exercícios físicos, que ajudam o cérebro.

Várias dessas funções poderiam ser realizadas por humanos. Mas no que os robôs podem nos superar?

Máquinas já são melhores do que nós para lidar com grandes volumes de informação. Quando se fala de cuidar de idosos, esse poder de processamento poderia ajudar muito, usar dados para tomar decisões com mais agilidade. Há também a questão do cansaço: um enfermeiro-robô seria capaz de trabalhar 24 horas ininterruptas. Modelos mais avançados poderiam até ajudar a armazenar compras e mudar móveis de lugar sem se cansar.

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Existe algum motivo para que o seu robô possua formas humanas?

Pode parecer bobagem, mas durante meus estudos eu descobri que elementos antropomórficos são importantes na relação entre humanos e robôs. Somos tremendamente influenciados por representações visuais. “Olhos” e “braços” podem reforçar a experiência de interatividade. Em resumo: uma máquina que lembra a hora certa de tomar remédio vai ser mais plausível se possuir formas humanas.

Você chegou a pensar na possibilidade do paciente ficar apegado ao seu robô?
Esses efeitos ainda são desconhecidos pela ciência. Quando a primeira geração de SARs for adotada oficialmente como ferramenta terapêutica, será com a supervisão de profissionais de saúde mental, que deverão estar atentos para esses possíveis efeitos.

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