Este robô sabe fazer furos, perfeitos, em crânios humanos
A invenção é fruto de 8 anos de pesquisa - e pode minimizar os erros em cirurgias
Robôs podem fazer basicamente qualquer coisa. Há os que são criados para ajudar a humanidade em tarefas importantes, como os que estão indo para Fukushima na tentativa de diminuir os estragos do desastre na usina nuclear, outros são mais parceiros do que essenciais (vide o querido robô-alemão-churrasqueiro), também existem os mais agressivos – na Austrália fizeram aquela máquina cuja meta é assassinar estrelas-do-mar. Agora, essa nova invenção da robótica tem um objetivo não muito simpático: fazer furos no seu crânio – mas calma, é para o seu bem.
A ideia é que o robô te ajude a escutar melhor. Os furos auxiliam em uma delicada cirurgia conhecida como implante coclear. A ideia do procedimento é simples: a cóclea é a região do ouvido que serve para transformar sons em impulsos nervosos, esses por sua vez são o que dão significados para as palavras. Sem o funcionamento dessa área, a palavra “cadeira” é só um barulho; se ela começa a funcionar, você percebe que estão falando de um objeto que serve para sentar. Sabendo disso, os cirurgiões implantam, entre o crânio e o ouvido, um pequeno equipamento composto de um microfone e alguns eletrodos. Enquanto a primeira parte capta o som, a outra envia os sinais para o seu cérebro. Pessoas que não ouvem direito começam a ter uma audição normal. A importância do robô é que ele consegue realizar furos no tamanho ideal para a cirurgia, isto é, grandes o suficiente para que o equipamento seja inserido, mas ainda assim minúsculos – o que diminui o risco de complicações pós-cirúrgicas.
O simpático robô de grandes olhos e plástico branco é fruto de muito estudo. Do início da pesquisa até que ele fosse posto em prática foram necessários oito anos de trabalho por parte de um grupo de pesquisadores suíços. A máquina foi criada por um time de cientistas da Universidade de Bern.
Com a máquina sendo posta em prática, é possível minimizar os danos que a imprecisão humana causa. “Humanos operam nos limites de suas habilidades manuais e visuais; mas um robô projetado da forma certa pode operar em qualquer escala – não importa se o que você precisa é um milímetro, ou um décimo de milímetro”, afirmou Stefan Weber biomédico da Universidade, e responsável pela pesquisa, ao Popular Science. “Um robô pode, de fato, contribuir para uma melhora significativa”, completa.
A máquina auxilia em cirurgias, mas ainda não as comanda. ”Um robô-cirurgião continua sendo puramente ficção científica”, afirmam os pesquisadores no estudo. O plano é que projetos como este sirvam para avançar na tecnologia médica, mas que tudo seja feito com muito cuidado, até porque, para esse tipo de passo, é necessário um avanço conjunto com a segurança digital – melhor não arriscar que hackers consigam acesso à um robô que fura cabeças.