IA consegue identificar pessoas pelo padrão de veias em suas mãos
Estudo mostrou que a distribuição das veias no dorso funciona como uma impressão digital – e pode, no futuro, ser usada para acessar dispositivos pessoais.
O padrão de distribuição das veias no dorso das mãos de uma pessoa é único, como se fosse uma impressão digital. E uma inteligência artificial (IA) treinada consegue identificar quem é quem só observando essa característica. Foi o que descobriu um estudo feito por pesquisadores australianos e publicado na revista IET Biometrics.
A equipe utilizou mais de 17 mil fotos tiradas das mãos de 35 voluntários usando uma câmera comercial comum da marca Intel. O diferencial do aparelho era a habilidade de detectar luz infravermelha, que permitia diferenciar o sangue que corre nas veias do restante dos tecidos. Os dados foram usados para treinar uma inteligência artificial a reconhecer o padrão das veias no dorso de cada voluntário com algumas imagens.
A partir disso, a equipe seguiu para um teste para ver se o programa conseguia identificar quem era quem apenas analisando as mãos dos voluntários – e comparando-as com a base de dados prévias. Os resultados mostraram que a inteligência artificial acertou 99,8% das vezes.
Quando a equipe adicionou quatro voluntários que não participaram da etapa anterior, ou seja, não tinham catalogado seus dados, o sistema reconhecer em 96% das vezes que era uma pessoa “desconhecida” apenas analisando o padrão de suas veias.
O estudo ainda é preliminar e contou com poucos voluntários. Por isso, ainda precisa analisar como o processo ocorreria em diversas circunstâncias (luz do ambiente, câmera utilizada, diferenças de aparência dos voluntários, etc.). Porém, segundo a equipe, o teste estabeleceu as bases para provar que o padrão de veias da mão é uma alternativa viável para dispositivos de reconhecimento de pessoas, assim como a análise de digitais ou de reconhecimento facial.
Como tudo o que envolve tecnologias de reconhecimento, há preocupações de privacidade envolvidas nesse processo, mas as ideias da equipe atualmente se limitam a aplicações como desbloquear um celular ou um computador através desse padrão. Como o modelo se mostrou bom também em reconhecer intrusos, seria uma boa opção para liberar ou não o acesso de dispositivos pessoais.
A equipe acredita que a tecnologia poderia ser adaptada para funcionar em smartphones. Isso porque as câmeras atuais costumam ser, ao menos parcialmente, sensíveis a luz infravermelha. Além disso, elas possuem uma boa definição de profundidade e detalhes para diferenciar o padrão de veias das pessoas. Eventualmente, sistemas parecidos podem ser aplicados até em câmeras de segurança.