Isto é diversão?
É um desafio que está tirando o sono dos projetistas de montanhas russas.
Carolina Valadares
Uma lenta subida, de costas. De repente, tudo despenca num mergulho absurdo, pernas para cima, cabeça para baixo, o chão se aproximando, os gritos, os guinchos do metal, o pânico. E, de novo, a calma. Lá está você, olhando para o céu. “Você vai se sentir livre como se estivesse voando”, diz o engenheiro americano Allan Schilke, que projetou a novíssima montanha russa X. Ou como se estivesse morrendo. A X está sendo inaugurada este mês no parque de diversões Six Flags, em Valencia, Califórnia. Ela é a mais pavorosa novidade no mercado dos parques de diversões. Não bastasse a queda de quase 70 metros, você não embarca num carrinho, mas numa cadeira presa aos trilhos. Além de subir e descer, as cadeiras giram em volta do eixo, num movimento imprevisível. As pernas ficam soltas, para piorar a sensação de desproteção. A X promete superar tudo o que já foi feito em parques de diversões.
Mas ela cria um problema para os parques de diversões do futuro: como continuar lançando novidades sem causar dores de cabeça prolongadas, vertigens, convulsões, taquicardias patológicas e outras alterações pouco saudáveis no metabolismo ? É um desafio que está tirando o sono dos projetistas de montanhas russas.