PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

Lixo espacial: os garis do Universo

Existem milhões de detritos rodopiando no espaço e centenas surgindo a cada ano. Os cientistas estão esquentando os miolos para dar um fim a eles

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h51 - Publicado em 30 nov 2008, 22h00

Texto Victor Bianchin

No dia 11 de janeiro de 2007, a China lançou um míssil com um alvo certo: seu satélite meteorológico Fengyun-1C, em órbita a 865 quilômetros de altitude. O objetivo dos chineses era exibir seu poderio militar, mas o que fez os cientistas coçar a cabeça foram os milhares de pedaços de sucata espacial que a explosão lançou ao redor da Terra – tornando 2007 o ano em que a humanidade mais poluiu sua órbita.

O lixo espacial é composto de detritos de naves, satélites desativados, estágios de foguetes e por todas as tranqueiras que surgem quando esses e outros objetos explodem ou colidem entre si. Conforme esse lixo se acumula, crescem os riscos de colisões com satélites e missões enviados ao espaço. Todo ano, missões importantes, como a Estação Espacial Internacional, precisam ser manobradas a partir da Terra para evitar acidentes. Em alguns casos, tudo o que se pode fazer é cruzar os dedos. “Há muitos satélites que estão em órbita há mais de uma década e que não podem ser comandados de terra. Se o choque for previsto, não haverá nada que poderemos fazer”, afirma Petrônio Noronha, chefe do Laboratório de Integração e Testes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

A situação tende a piorar. Segundo a Nasa, a agência espacial americana, a cada ano, cerca de 200 pedaços de lixo espacial com mais de 10 centímetros de diâmetro (os mais perigosos) entram no espaço. Atualmente, a Rede de Vigilância Espacial dos EUA monitora cerca de 17 mil detritos no espaço, a maioria com esse tamanho. Abaixo de 10 centímetros e com até 1 centímetro de diâmetro, estima-se que existam mais de 300 mil objetos voando sobre nossa cabeça. Menores que 1 centímetro, existem milhões. E, conforme eles colidem uns com os outros, a quantidade de fragmentos fica maior.

As agências espaciais ainda não sabem como resolver o problema. Mas os cientistas têm algumas idéias bacanas – só falta colocá-las em prática. Confira abaixo.

Continua após a publicidade

Será que vai dar certo?

Conheça algumas tecnologias que os cientistas bolaram para eliminar o lixo espacial. Elas só precisam ser aprimoradas

LASERS

O QUE É – Canhões de laser instalados em terra, no ar e no espaço são disparados contra o lixo, desviando sua órbita para mais perto do planeta. Ao entrar em atrito com a atmosfera, o lixo queima até desaparecer.

Continua após a publicidade

O QUE FALTA – Até já foi elaborado um plano, o Projeto Orion, mas não foi para a frente. A tecnologia para construir existe, mas os custos ainda são extremamente altos.

REDES

O QUE É – Redes gigantes formadas por uma liga firme e extensa, unidas a hastes infláveis, formam uma espécie de cesto enorme. A idéia dos cientistas é jogá-las em nuvens de lixo espacial e, depois, pescar os detritos.

O QUE FALTA – A técnica já é usada para recolher satélites inativos. Mas o potencial para coletar lixo espacial de forma eficiente precisa ser desenvolvido.

Continua após a publicidade

FIOS ELETROMAGNÉTICOS

O QUE É – Fios de cobre (ou outros materiais condutores de eletricidade) são acoplados a satélites e outras naves e reagem com o campo magnético da Terra para atrair o lixo espacial de volta ao planeta.

O QUE FALTA – Aprimorar a técnica. Para o lixo existente, só é possível capturar poucos objetos e de tamanho grande.

AEROGEL

Continua após a publicidade

O QUE É – Substância leve e supergrudenta que prende os detritos e coleta informações sobre eles. A tecnologia já existe – o aerogel é usado para coletar amostras espaciais para estudo.

O QUE FALTA – É preciso ampliar a escala. “Uma quantidade enorme de aerogel seria necessária para recolher uma quantidade muito pequena de detritos”, diz Nicholas Johnson, cientista da Nasa.

BRAÇO COLETOR

O QUE É – Idéia meio maluca, é literalmente um braço coletor que serve para agarrar pedaços de lixo maiores.

Continua após a publicidade

O QUE FALTA – Baratear o custo. O equipamento é muito caro e de uso restrito à coleta de objetos de porte razoável, como naves abandonadas.

ESPUMA

O QUE É – Um painel de espuma especial, altamente porosa, colocado na rota dos detritos. Ao passar por ele, o lixo reduziria sua velocidade, caindo mais perto da Terra – e se incinerando com o atrito.

O QUE FALTA – Os painéis precisam ser enormes para atingir uma quantidade significativa de detritos pequenos. Mas aí correm o risco de colidir com outros objetos grandes.

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.