Mercadão de excentricidades
Desenhos animados costumam encarnar a quintessência do universo pop.
Leandro Sarmatz
Tudo é belo. Pop é tudo”, proclamou o papa da Pop Art, o artista plástico americano Andy Warhol (1928-1987). E era tudo mesmo. Desde Pelé , imortalizado numa série de gravuras célebres, até a lata de sopa Campbell’s, qualquer coisa podia ser transformada em obra de arte por Warhol. Esquisitão e articulado, o artista também era dado a frases proféticas, como aquela, surradíssima – mas que a internet indiscutivelmente tornou verdadeira –, prevendo um futuro em que todos seríamos famosos durante 15 minutos. A web, de fato, é pródiga em sites sobre artefatos pop: filmes, música, celebridades, fanzines. E também em divulgar gente que a gente nunca viu, mas que ficou “célebre” graças às home pages. É esse supermercado de excentricidades e delícias que você pode conhecer na rede. O universo que alguns filósofos alemães mais azedos chamavam de indústria cultural. Ao mundo pop, pois.
O pai da matéria
Vida e obra de Andy Warhol, um dos inventores da arte pop – com mais um punhado de artistas americanos, como Roy Lichtenstein (www.licht ensteinfoundation.org) e Robert Rauschenberg (www.fi.muni.cz/~toms/PopArt) –, podem ser conferidas em uma infinidade de sites, alguns bem sofríveis e até amadores. A melhor porta de entrada é https://www.warholfoundation.org: biografia, links e um monte de informações sobre Warhol em uma página sem grandes firulas, mas eficiente. Para ver algumas das principais obras de Warhol e de sua turma, o caminho é o site da California State University (www.csulb.edu/library/arts).
Cenouras e dinamites
Desenhos animados costumam encarnar a quintessência do universo pop. Na verdadeira feira-livre que são os sites sobre o tema, é possível peneirar maravilhas como https://www.toonopolis.tv/index1.html e https://www.fandom.com/comics, com curiosidades e informações indispensáveis sobre cartuns, imagens, links e outras mumunhas mais. Os Simpsons, os maiorais na atualidade, recebem visitas – ao som do tema oficial da série – em https://www.the simpsons.com.
Informação estilosa
A bela página da MTV brasileira (www.mtv.com.br) pode ser um ótimo ponto de partida: informação à beça sobre música e assuntos quejandos. Outras três páginas com uma miríade de assuntos não podem sair de seu bookmark: a espertíssima Bombsite (www.bombsite.com), a controvertida Colors (www.benetton.com/c olors) e a mítica Cahiers du Cinéma (www.cahie rsducinema.com), a publicação que, durante décadas, alimentou inúmeros papos-cabeça movidos a Godard, cerveja e amendoim torradinho em todos os bares de cinematecas do planeta.
Só gente fina
Tudo bem que sempre é uma questão de gosto, mas alguns cantores e compositores simplesmente encarnam o melhor espírito pop do século XX. O francês Serge Gainsbourg – autor daquela cançãozinha pra lá de safada “Je t’aime, moi non plus” – tem sua longa carreira apresentada em francês, idioma raro na rede, em https://www.serge gainsbourg.com.fr. O camaleônico David Bowie, o inglês que todo Beck sempre sonhou ser, está em https://www.davidbowie.com, uma página primorosa. Os sons da saudade podem ser revisitados em Oldies Music (www.oldiesmusic.com), com destaque para os anos 60. Já os 70, auge do progressivo e dos babados glitter, estão apresentados em https://www.geocities.com/sunsetstrip/8678. A prata da casa também não faz feio: Tom Jobim (www.jobim.com.br) – e por acaso tem coisa mais pop que bossa-nova? – e o baiano Gilberto Gil (www.gilberto gil.com.br), pioneiro em cantar as delícias da vida na web, são alguns dos briosos representantes do escrete canarinho.
Vade retrô!
A nostalgia hoje é uma verdadeira indústria. Há uma espécie de saudade cultural de atores do passado e de antigos programas de TV, como o faroeste Bonanza (www. bonanza1.com), objeto de culto permanente. Outros filmes e séries, só que dos anos 70 – a era de ouro dos “enlatados” –, estão em https://www.stuckinthe70s.com/movies.htm. O comediante Jerry Lewis – quem não assistiu aos seus filmes com o galã Dean Martin na TV?– mantém uma página recheada de imagens e informações no endereço https://www.jerry lewiscomedy.com. Agora, um negócio que cheira a morbidez: o site https://www.neo soft.com/~davo/livedead se dedica a listar a morte de gente célebre, com destaque para atores de velhas séries americanas.
E-zines
Como não poderia ser diferente, a internet abriu infindáveis oportunidades para todas as tribos da aldeia global. A multiplicação de e-zines, os fanzines virtuais, é o maior sintoma da diversidade de interesses e tendências que a rede pode apresentar. A bíblia desse tipo de publicação é o e-zine The Flying Zine Scene (www.inkpot.com/zines), que apresenta preferencialmente páginas em inglês. Uma opção brasileira pode ser o Cardoso Online (www.cardosonline. com.br), que trata de literatura e “egotrips” e cadastra os visitantes interessados em receber o zine semanalmente, de graça. Fãs da música eletrônica são aguardados em https://www.cenaeletronica.com. E todos aqueles interessados em rock verde-amarelo devem acessar https://www.senhorf. com.br, com milhares de informações muito bacanas.
Baixaria
Se você não tem coragem ou disposição para investir numa carreira de famoso virtual, pelo menos deve morrer de curiosidade de saber como vivem os verdadeiramente ricos e famosos. Em https://www.babado.com.br e https://www.uol.com.br/ofuxico, ambos brazucas, é possível descolar as melhores fofocas da semana sobre atores de novelas, apresentadoras de TV e popozudas do momento. Já sites como https://www.nypost.com/gossip/ gossip.htm e https://www.mrshowbiz. go.com/celebrities matam sua sede de bobagem na língua de Shakespeare. A mãe de todas as fofoqueiras, porém, é a publicação americana People (www.people.com), que traz as últimas novidades dos EUA, como a mais recente rinoplastia de Barbra Streisand, entre outros assuntos “palpitantes”.
15 minutos
A internet criou um tipo muito especial de famosos: gente que, antes da possibilidade de criar suas próprias home pages, era totalmente desconhecida. Pelo menos dois desses “anônimos célebres” merecem uma visitinha, nem que seja por curiosidade. Cindy Margolis (www.cindymargolis.com) talvez seja a campeã de visitação nessa categoria. Mas o rei de todos esses exibicionistas da rede é mesmo o turco Mahir Cagri (www.ikissyou.org), anteontem um pacato professor, hoje um sujeito famoso em todo o planeta. Voyeurs internéticos, essa novíssima categoria social, não devem perder https://www.whom. co.uk/digicam/johnmc.htm. Outro catálogo “útil” é https://www.internet-stars.com.