Caroline D’Essen, de Roterdã
As metrópoles brasileiras vivem sofrendo com enchentes. São cenas terríveis, com veículos ilhados ou arrastados pela água. Mas, no que depender da tecnologia, já existe uma solução: o ônibus anfíbio. Ele foi criado por uma empresa holandesa e já opera em Roterdã, Londres e Budapeste. O veículo, cujo nome é Amfibus, pesa 22 toneladas e tem 3,8 metros de altura (10 toneladas e 60 centímetros a mais do que um ônibus comum). Mas, tirando essa diferença de peso e tamanho, ele é um ônibus normal – que transporta até 50 passageiros e roda em qualquer lugar, podendo alcançar 100 km/h.
A diferença surge na hora de entrar na água. O motorista aperta um botão e o veículo se transforma: suas rodas se recolhem e o ônibus passa a ser impulsionado por dois jatos d’água, alcançando 16 km/h. Na Europa, o Amfibus virou atração turística. Em Roterdã, ele faz um tour que dura 75 minutos e custa 19,50 euros (cerca de R$ 40). O passeio começa no centro da cidade e segue para o Museu Marítimo. Em seguida, passa por cima da ponte Erasmus e entra no rio Meuse, onde se transforma em barco. “A sensação é meio esquisita. É estranho estar a bordo de um ônibus, que é todo fechado, dentro da água e sem afundar”, descreve a turista inglesa Cassie Weber.
O Amfibus também poderá ser usado como veículo comercial – isso porque, mesmo custando o equivalente a R$ 1,9 milhão, ele é mais barato do que os ferryboats que normalmente fazem o transporte fluvial na Europa. E seus criadores querem levar a tecnologia do veículo para os carros e os ônibus convencionais, que poderiam ser adaptados para resistir a enchentes. Só falta mesmo inventar pontos de ônibus flutuantes.
Busbarco
Veículo tem adaptações para navegar em rios
NA FRENTE
A parte de baixo do ônibus é fechada, para que ele flutue, e tem o formato de casco. As rodas se retraem quando ele está na água.
ATRÁS
O motor é ligado a um compressor, que solta jatos d´água por canos de escape – fazendo com que o veículo se desloque na água.