Roupa inteligente
Tecidos ganham sistema autolimpante, cuidam da saúde e avisam quem esquece a carteira.
Se Gisele Bündchen nascesse daqui a 20 ou 30 anos, talvez não fizesse tanto sucesso quanto hoje em dia nos desfiles de Paris, Milão e Nova York. Isso não quer dizer que as pessoas logo logo vão ficar malucas – e sim que as roupas do futuro terão sistemas tão inteligentes e avançados que prometem atrair muito mais a atenção do público do que as próprias modelos. Diversos químicos, físicos, designers e até engenheiros elétricos espalhados pelo mundo todo estão ocupados agora mesmo estudando formas de desenvolver a alta-costura high-tech.
Se eles tiverem sucesso, as roupas terão um papel muito maior do que simplesmente manter as pessoas protegidas ou deixá-las mais bonitas. Elas serão autolimpantes, irão monitorar os batimentos cardíacos, manterão o corpo funcionando apropriadamente porque administrarão medicamentos quando necessário e – muito importante! – não vão deixar você sair de casa sem as chaves do carro ou os óculos.
Roupas que falam
Um dos mais ambiciosos projetos fashion está sendo desenvolvido desde 1999 em Bruxelas, na Bélgica, por um grupo privado de pesquisadores do Starlab. A idéia é fazer roupas em camadas, cada uma com uma função específica. Uma monitora funções vitais, como batimentos cardíacos; outra avisa ao dono todos os compromissos diários. O protótipo inclui uma camada que controla bolsos especiais para objetos pessoais, como telefone celular, chaves e dinheiro. Esses compartimentos são programados para reconhecer itens específicos. Portanto, se o cidadão esquecer a carteira no restaurante, um chip localizado na lapela o avisará, provavelmente acionando uma pequena luz piscante. Para os cientistas do Starlab, no futuro uma roupa de ginástica poderá auxiliar o atleta nos exercícios trocando, por exemplo, a música que ele ouve no walkman por algo mais agitado, forçando-o a acelerar o ritmo.
Fim da academia
As mulheres vão dar gritinhos histéricos na fila em frente à grife Victoria’s Secret se um projeto que a empresa vem pesquisando der frutos: tecidos que tratam da celulite. A idéia, que já foi patenteada, consiste em encher cápsulas minúsculas que compõem a trama do tecido com acetato de teofilina (THA), uma substância que promete acabar com os indesejáveis furinhos que atingem nove entre dez mulheres. O THA é amarrado às fibras com polímeros orgânicos e, quando a trama está mais gasta, o suor da pele, num processo químico, libera a substância.
Amigo do peito
Outra boa notícia para o universo feminino: um instituto de pesquisa da Austrália está trabalhando no “sutiã inteligente”. Um chip instalado na peça de roupa detecta se a mulher está fazendo movimentos mais bruscos, como andando num passo apertado ou fazendo exercícios, e automaticamente torna o sutiã mais rígido.
O poder do odor
Outra aposta futura diz respeito ao cheiro das roupas. De acordo com especialistas em odores, eles são capazes de direcionar emoções, ativar a memória, influenciar no funcionamento do organismo e até mesmo fazer-nos cair em tentação. Os modelitos high- tech poderão aumentar sua autoconfiança (numa entrevista de emprego), liberando aromas específicos para isso, deixá-lo acordado ou, ao contrário, diminuir sua ansiedade e fazê-lo dormir.