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Astrônomos desconfiam que topamos com civilização alienígena superavançada

Coisas muito estranhas acontecem em uma estrela a 1480 anos-luz

Por Fábio Marton
Atualizado em 4 nov 2016, 19h00 - Publicado em 16 out 2015, 19h30

Há algo estranho no céu da Via Láctea. Astrônomos em colaboração com o Instituto SETI da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA) anunciaram que pretendem apontar radiotelescópios para uma estrela na qual, suspeitam, pode existiram uma civilização superavançada.

A estrela atende pelo indigesto nome de KIC 8462852 e vem sido observada pelo telescópio espacial Kepler desde 2009, em busca de planetas. Um grupo de colaboradores pela internet – o Kepler traz tanta informação que os cientistas precisam de uma mãozinha de amadores – descobriu algo muito esquisito ali.

Caçar planetas não é exatamente como as pessoas imaginam. Como a tecnologia ainda não permite observá-los diretamente, isso é feito por pequenas oscilações na luz das estrelas, que acontecem quando um planeta passa em frente a elas. Os colaboradores observaram duas pequenas oscilações em 2009, seguidas por uma grande em 2011, que durou quase uma semana, e uma série de várias que diminuíram a luz da estrela de forma significativa em 2013.

Planetas não funcionam assim. Eles geralmente alteram a luz por um período de poucas a horas. E essas oscilações se repetem, com as mesmas características – porque, afinal, eles estão em órbita, indo e voltando o tempo todo. O que pode ser então?

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Explicações mundanas

Vamos deixar um grande negrito no “desconfiam” do título. A astrônoma Tabetha Boyajian, da Universidade de Yale, publicou um estudo anteontem, oferecendo várias explicações mundanas para o que aconteceu. A mais provável, segundo ela, é que um grupo de cometas passou pela estrela e foi desintegrado por sua gravidade, levando aos diversos pontos de 2013.

Mas há a teoria divertida: nos anos 60, o matemático Freeman Dyson escreveu que uma civilização alienígena suficientemente avançada precisaria de tanta energia que desenvolveria a tecnologia para cercar uma estrela inteira com coletores solares. Essa megaconstrução hipotética passou a ser chamada de Esfera de Dyson.

E essa é a pulga atrás da orelha dos astrônomos. “Aliens deviam ser sempre a última hipótese que você considera, mas isso pareceu algo que você esperaria que uma civilização alienígena construísse”, afirmou Jason Wright, da Penn State University, que está capitaneando o projeto para observar mais de perto a estrela. Assim como Boyajian – ela não arriscou sua carreira mencionando essa possibilidade em seu estudo, mas está dentro nessa de procurar alienígenas. A proposta deles é apontar o Green Bank Telescope – o maior radiotelescópio do mundo – para a estrela. Se os resultados parecerem promissores, então seria a vez de usar o Very Large Array, um complexo com 27 radiotelescópios. Se o projeto for adiante, as observações devem começar em janeiro.

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A relatividade é uma estraga-prazeres

Tá certo, a proposta parece, com o perdão do trocadilho, de outro mundo. (E já prevejo o inevitável “por que não gastam esse dinheiro com câncer?” nos comentários.) Mas vamos viajar um pouco com ela. KIC 8462852 fica a 1480 anos-luz de distância. O que quer dizer, pela Teoria da Relatividade, que a luz – e o rádio – levaram 1480 anos para chegar aqui. Assim, estamos vendo como eram as coisas lá há (o que mais?) 1480 anos. Se realmente são aliens, o que observamos é seu passado distante. Nada garante que não tenham se aniquilado numa incrível guerra galáctica/invasão zumbi/assimilação borg desde então.

Do lado deles, se olhassem para nós, nos veriam na baixa Idade Média, logo após o fim do Império Romano. Não pegariam rádio nenhum. Se, mesmo assim, conseguissem nos detectar, não quer dizer que seria viável voar até aqui – porque a viagem levaria, novamente pela relatividade, mais de 1480 anos, tirando por wormholes e outras possibilidades altamente especulativas.

Então não, não é hora de sair pesquisando por “Conspiração em Roswell” no Google.

Fonte: The Most Mysterious Star in our Galaxy, The Atlantic.

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