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Cães de rua: a chave para a ciência entender a relação entre nós e eles

Três quartos dos cachorros do mundo não pertencem a nenhum humano.

Por Carol Castro
Atualizado em 31 out 2016, 19h02 - Publicado em 20 abr 2016, 19h30

Há uns 8 mil anos, quando o homem começou a plantar a própria comida e a dominar as técnicas da agricultura, os cachorros gostaram daquela aglomeração maior de pessoas em um único espaço. Ou melhor: gostaram mesmo foi daquela fartura de comida fácil. E decidiram ficar por lá.

É por isso que dois biólogos especialistas em cachorros, Raymond Coppinger e Lorna Coppinger, apostam em uma nova teoria sobre a história do relacionamento entre nós e eles. Segundo eles, homens nunca domesticaram cão nenhum.  A decisão teria partido dos bichos e não de nós: os cachorros teriam se domesticado sozinhos, para manter a boca livre. Valia muito mais a pena se adaptar aos humanos do que seguir na vida louca da floresta, na busca diária por comida e proteção.

O casal Coppinger vai na contramão de outros pesquisadores.  A maioria deles acredita que, um belo dia, alguns caçadores-coletores viram nos lobos uma utilidade, poderiam ajudá-los a caçar. Então, começaram a alimentá-los e domesticá-los. Os dois lados gostaram da relação e, pronto, os cães viraram nossos melhores amigos.

Só que a vida dos cachorros de rua pode mostrar o contrário. Os  Coppinger analisaram a dinâmica desses animais, por uma razão científica: esses cães se parecem muito mais com os primeiros lobos domesticados do que cachorros que moram em casas.

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E eles perceberam que nem todos esses cães sofrem por não ter um lar – exceto quando algum humano decide fazer maldades. Alguns se dividem em grupos, enquanto outros vagam sozinhos. Outros ainda se encostam em uma só vizinhança, ganham comida dos moradores, e passam anos por lá – e mesmo quando alguém tenta adotá-los, os bichos voltam para a vida livre.

Para os Coppinger, essa é a prova de que cães escolhem seus donos – e não o contrário. E, pela mesma lógica, não foram domesticados – se domesticaram.

Os dois biólogos defendem que a ciência preste mais atenção aos mais de 750 milhões de cães que vivem nas ruas – eles somam ¾ do total de cachorros espalhados pelo mundo. Só assim entenderíamos melhor como esses animais se entenderam tão bem conosco. 

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