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Primeira edição de Alice no País das Maravilhas foi jogada no lixo

Uma relíquia desta edição será leiloada por 3 milhões de dólares

Por Pâmela Carbonari Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h58 - Publicado em 6 jun 2016, 22h15

Em 1852, o matemático Charles Lutwidge Dodgson fez uma viagem de barco pelo rio Tâmisa com o amigo Robinson Duckworth, pai de Loriny, Edith e Alice. Para entreter as meninas durante o percurso, Charles lhes contou de improviso a história de uma garota que entra em uma toca de coelho e começa a viver aventuras fantásticas em um lugar povoado por criaturas oníricas sem lógica de tempo e espaço. Alice gostou tanto da história contada que pediu para que Charles a escrevesse.

Em junho de 1865, com o pseudônimo de Lewis Carrol, Dodgson publicou 2 mil cópias de Alice no País das Maravilhas, pela editora Macmillan. No entanto, o ilustrador John Tenniel ficou tão frustrado com a má qualidade da impressão que pediu um recall da edição e uma nova edição foi reimpressa.

Em agosto daquele mesmo ano, Lewis Carroll escreveu em seu diário pessoal que as 2 mil cópias seriam vendidas como papel usado. Imagine comprar uma resma de papel usado e dar de cara com as primeiras ilustrações de Alice tomando chá com o Chapeleiro Maluco? Muita gente acharia que é algum truque do Gato de Cheshire para aparecer onde bem entende.

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A partir dessa reimpressão, a obra nonsense foi traduzida para 170 idiomas e virou um sucesso imediato de vendas – Oscar Wilde e a rainha Vitória leram o livro. Apesar de ser direcionado para o público infantil, Alice no País das Maravilhas é aclamado por ter duas narrativas paralelas: uma para crianças e outra para adultos.

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Mais de 150 anos depois do lançamento, restam apenas 22 exemplares dessa edição descartada – elas são mais raras que o primeiro manuscrito escrito por Shakespeare. Das 22, 16 delas estão em bibliotecas e seis pertencem a colecionadores e instituições privadas. No entanto, nem todas estão em bom estado de conservação e apenas duas não foram modificadas.  

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Mas a próxima semana pode ser a oportunidade de ouro para os fãs que querem ostentar na estante de casa uma das obras mais raras da literatura mundial. Um dos exemplares vai ser leiloado em Nova York dia 16 e a previsão é que a obra alcance lances entre 2 e 3 milhões de dólares.

Atualmente, a relíquia pertence a Jon A. Lindseth, que coleciona o trabalho de Lewis Carroll há 25 anos. Lindseth decidiu leiloar a edição lendária depois que doou sua coleção para a Biblioteca Britânica, que (incrivelmente!) já tem um exemplar da edição que foi para o lixo. “Um novo capítulo começa para essa raridade”, escreveu Lindseth no anúncio do leilão.

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Em 1998, a cópia pessoal de Carroll foi leiloada por 1,54 milhões de dólares e uma foto original da Alice, a menininha de 6 anos que gostou da história enquanto viajava pelo Tâmisa, foi vendida por 62 mil dólares.

Resta saber se na cerimônia da próxima quarta-feira será servido chá do Chapeleiro Maluco para aumentar os lances, se o moderador do leilão vai usar um figurino inspirado na Rainha de Copas e se o futuro dono da relíquia vai posar para a foto final sorrindo como o Gato de Cheshire.  

 

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