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Por Alexandre Versignassi
Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.
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O coronavírus pode mudar certos hábitos – para melhor

E não estamos falando exatamente de lavar mais as mãos, mas sobre eliminar reuniões inúteis e bombar a cultura do home office.

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Atualizado em 25 mar 2020, 12h24 - Publicado em 6 mar 2020, 18h23

As ações das companhias aéreas despencaram em uníssono, em todas as bolsas do mundo. A American Airlines, maior aérea do mundo, perdeu metade do seu valor de mercado em duas semanas (ou seja: o valor de cada uma das ações que ela negocia na Bolsa de Nova York caiu 50%). A Gol, maior do Brasil, idem: tombo de 50% por aqui também.

É como se alguém tivesse inventado o teletransporte, e tornado a aviação comercial algo tão obsoleto quanto o mercado de máquinas de escrever, de chapéus panamá e de Liquid Paper.

Esse é tamanho do pânico. 

O risco de pegar coronavírus dentro de um avião não é necessariamente maior do que dentro de um vagão de metrô, no balcão de um bar lotado, ou no banheiro do escritório – pelo menos se a sua passagem não for para Wuhan, Milão ou algum outro epicentro do vírus. Mas o que importa não é a realidade dos fatos: é a forma como as pessoas interpretam os fatos. E a dedução coletiva passou a ser a de que aviões são antros atulhados de coronavírus. 

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Paciência: as pessoas também acham que sair de casa sem blusa dá resfriado. O que dá resfriado é um vírus que fica mais ativo quando o ar está frio. São 200 tipos de vírus, na verdade. Eles entram pelos orifícios que a gente tem na cara, e não sabem se você está de blusa ou não. A correlação entre frio e resfriado, porém, alimenta a ideia de que, se você aquecer o corpo, vai estar mais protegido. E a lenda persiste.

As lendas do corona vão entrando para o imaginário urbano. A mais proeminente talvez seja a das máscaras. Elas são úteis, sim: se você for um paciente assintomático, e não souber que carrega o vírus, não vai sair transmitindo o bichinho no metrô. Se você não tiver o vírus e sentar ao lado de um sujeito que tem, e que acabou de espirrar, sua chance de contágio vai diminuir sensivelmente.

Mas não basta qualquer máscara. De acordo com a OMS, você precisa de uma padrão PFF2/N95 para ter uma proteção efetiva – além de seguir direitinho as regras de uso (se você tiver barba, por exemplo, talvez seja hora de tirar a gillete da gaveta). Ou seja: usar uma máscara qualquer só serve mesmo como fantasia de Carnaval fora de época. 

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Mas tem outro lado nessa história. Seja qual for a letalidade dessa pandemia, o fato é que ela pode mudar a sociedade. Em alguns casos, para melhor. A pandemia foi (e está sendo) a maior experiência de home office da história da humanidade. Boa parte dos trabalhos, hoje, dispensam a existência de escritórios, por cortesia da nossa amiga internet.

Só que a maior parte de nós segue, por embalo, batendo cartão e se deslocando por horas para fazer no escritório tarefas que a gente poderia resolver de casa. A experiência com o Corona, porém, pode deixar claro que o home office não é um bicho-papão, e tornar o trabalho de todo mundo um pouco mais flexível.  

Outra coisa que as empresas talvez aprendam é que boa parte das viagens de avião a trabalho são inúteis. Podem ser substituídas por um email, ou por uma conversa rápida no Whats. Uma eventual diminuição das vigens improdutivas seria ótima para os acionistas, já que cortes nesse tipo de gasto são lucro na veia. Uns meses de paúra anti-avião, e uma boa dúzia de viagens corporativas desmarcadas, podem ser úteis para introjetar o conceito de que o mundo, e os negócios, seguem girando na ausência de reuniões presenciais pouco produtivas. Porque esses rolês não vão se tornar obsoletos quando criarem o teletransporte. Eles já o são, desde a invenção do telefone.

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