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Como as pessoas parcelavam compras na época da hiperinflação?

Em geral, elas não parcelavam: quem queria fazer uma compra maior apelava para os consórcios para não pagar à vista.

Por Alexandre Versignassi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
15 abr 2021, 18h22

Em geral, elas não parcelavam. No Brasil dos anos 1980, a inflação passou de 1.000% anuais, e cartões de crédito eram coisa rara. Apenas itens muito caros, que uma pessoa comum realmente não conseguiria bancar de uma tacada só, justificariam qualquer tentativa de pagamento à prazo.

O jeito era recorrer a consórcios. Um consórcio é uma poupança coletiva. Para comprar um carro, por exemplo, você vai pagando um certo valor todo mês, bem baixo, à administradora do consórcio. O dinheiro fica em aplicações que compensam inflação. 

Em pouco tempo, a administradora já tem dinheiro para contemplar alguns consorciados com a grana para comprar um carro à vista. A escolha rola por sorteio. Para quem tem menos sorte, então, o sonhado dia da contemplação podia demorar mais de dez anos.

Graças ao Plano Real e a estabilização da moeda brasileira, pessoas nascidas dos anos 1990 em diante geralmente nunca ouviram o termo “consórcio” – ou o conhecem apenas de entreouvir as conversas de seus pais na infância.

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