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Biomimética: a indústria sustentável imita a natureza

Por Thays Prado
Atualizado em 21 dez 2016, 10h17 - Publicado em 19 jul 2010, 18h46

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“Imagine 3,8 bilhões de anos de brilhantismo em design disponíveis, de graça para qualquer inovador sustentável no mundo”. É nisso que aposta a fundadora do Instituto de Biomimética, Janine Benyus.

Em sua instituição sem fins lucrativos, ela reúne designers, arquitetos, engenheiros e cientistas interessados em conhecer a fundo as formas e funções criadas pela natureza e imitá-las no processo industrial para o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis.

A natureza já inspira as soluções encontradas pelos seres humanos há bastante tempo. O exemplo mais conhecido é a invenção do velcro com base no funcionamento dos carrapichos, aquelas sementinhas espinhosas que possuem farpas e costumam grudam nas roupas. Em 1941, o engenheiro suíço George de Mestral deu especial atenção a elas, pois viviam presas ao pelo de seu cachorro. Quando as observou ao microscópio, ele notou a estrutura das garras e imitou a estrutura na criação do velcro.

Mas as inovações foram muito além disso e têm se voltado cada vez mais para a sustentabilidade. Estava nas barbatanas das baleias a resposta para turbinas eólicas 20% mais eficientes e muito menos barulhentas, como descobriu a companhia de turbinas Whalepower, baseada em Toronto.

O aproveitamento da energia das marés se tornou mais eficaz quando a bioStream reproduziu o padrão dos movimentos de peixes como o atum e o tubarão. Apesar de presos ao fundo do oceano, os equipamentos giram com o movimento das marés e produzem eletricidade. Seu formato hidrodinâmico, também inspirado nos peixes, evita que o material sofra com as condições adversas do fundo do mar.

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O edifício Eastgate, no Zimbábue, tem a mesma estrutura de ventilação dos cupins e, apesar de a temperatura fora dele variar dos 42ºC durante o dia para os 3ºC à noite, em seu interior, ela se mantém estável, variando em apenas um grau ao longo de um dia. A construção utiliza 90% menos energia no sistema de ventilação em relação aos edifícios tradicionais e já economizou R$3,5 milhões de dólares em custos com ar condicionado.

Até os pulmões humanos têm sido alvo de estudos para o desenvolvimento de equipamentos que sequestram carbono e previnem contra o aquecimento global. A companhia Carbozyme Inc. desenvolveu um filtro que possui as mesmas características da membrana dos pulmões e consegue remover mais de 90% do CO2 que passa pelas chaminés de fábricas. Uma outra tecnologia baseada em uma enzima carbônica encontrada em moluscos têm transformado gás carbônico em pedra calcária, que pode ser utilizada na construção civil.

Há dois anos, o Instituto de Biomimética criou uma comunidade online colaborativa conhecida como AskNature (Pergunte à Natureza), que reúne pesquisadores interessados em trocar informações sobre o assunto. As invenções não vão parar por aqui.

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Fotos: Instituto de Biomimética;
              chaminé: Irmo Celso.

via Inhabitat

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