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Frase da semana: “Quem habita este planeta não é o Homem, mas os homens. A pluralidade é a lei da Terra” – Hannah Arendt

Por Anita Porfirio
Atualizado em 21 dez 2016, 10h37 - Publicado em 7 dez 2012, 19h34

Em plena ascensão nazista, ser um pensador de esquerda na Alemanha não era a posição mais confortável do mundo. Se você fosse uma mulher de origem judaica, então, era mais complicado ainda. Foram esses obstáculos que Hannah Arendt enfrentou quando começou sua vida acadêmica, em 1924.

Em seus anos na Universidade de Marburg, Hannah conheceu um outro grande nome da Academia alemã: Martin Heidegger, que era seu professor. No entanto, ela concluiu seus estudos em filosofia na Universidade de Heidelberg. Sua primeira tese foi publicada em 1929 e falava sobre um tema ainda pouco politizado: o amor.

Já em 1933, quando o nazismo de Hitler começou a ganhar poder na Alemanha, Hannah mudou-se para Paris e teve contato com outro importante intelectual: Walter Benjamin. Na França, Hannah trabalhou como secretária e na preparação de jovens que iriam para os kibutz, Em 1941, o governo de Vichy, que apoiava o expansionismo nazista, a enviou para o campo de concentração em Gurs, para, eventuamente, deportá-la. Ela conseguiu escapar e fugiu para Nova York, dando início ao período mais frutífero de sua vida acadêmica.

Nos Estados Unidos, Hannah publicou obras sobre os regimes totalitários e sobre a perseguição nazista ao povo judeu. Um de seus textos mais famosos é “Eichmann de Jerusalém”, em que ela conclui que Adolf Eichmann, o grande responsável pela máquina de exterminação dos campos de concentração, não era um homem mau: ele era incapaz de um pensamento próprio que desafiasse ordens superiores. Nos EUA, ela também lecionou em universidades de prestígio, como Princeton e Berkeley.

É importante ressaltar que Hannah, embora filósofa de formação, renunciava a essa denominação porque, segundo ela, a filosofia fala “do homem” e ela falava “dos homens”. É dessa explicação que saiu a nossa frase da semana. Por causa de suas teses contrárias aos regimes opressores, seu posicionamento contra a Guerra do Vietnã e a favor da desobediência civil, Hannah Arendt é até hoje conhecida como “a pensadora da liberdade” e lutou por essa causa até sua morte, em 1975.

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