Drácula Untold: o que esperar da história não contada do vampiro mais icônico de todos os tempos
Por Louise Peres, de Nova York
Esqueça a pele alva e brilhante dos Cullen e o olhar apaixonado quase canastrão do protagonista vivido por Robert Pattinson na saga Crepúsculo. Mas também não espere uma criatura diabólica digna de um típico filme de terror americano. Ao resgatar o personagem eternizado pelo autor irlandês Bram Stoker em 1897 em mais uma releitura da obra que ajudou a definir a imagem que temos de vampiros, Drácula Untold fica no meio do caminho entre o monstrengo horripilante e o guerreiro medieval forte, viril e sexy.
Para o papel-título do filme que estreia no Brasil no dia 23, a Universal elegeu o galês Luke Evans, conhecido dos fãs de obras fantásticas e ambientadas no período medieval, como O Hobbit 2: A Desolação de Smaug (2013), Os Três Mosqueteiros (2011) e Robin Hood (2010). “Acho que algo em mim, quando visto o figurino, me faz adquirir esse visual meio datado, que parece funcionar muito bem para esse tipo de filme. Não sei dizer o que é, mas fico feliz, porque é divertido demais mergulhar em um mundo que não existe mais ou que nunca existiu, um mundo de fantasia, ficcional”, declarou Evans, na coletiva de imprensa realizada na segunda (6), em Nova York, horas antes da première americana do longa.
Nada mal se divertir dando vida ao seu primeiro protagonista em um blockbuster hollywoodiano, ainda que isso signifique meses de treinamento muscular intensivo com um personal trainer ou longas horas no set dentro de uma armadura que só o permitia ficar de pé enquanto estivesse caracterizado. No longa, ambientado na Transilvânia de 1462, Evans dá vida ao príncipe Vlad III (alguém aí lembrou de Vamp? Sim, Stoker também influenciou novelas brasileiras), líder de um reino que durante muito tempo viveu um período de paz. O cenário muda quando Vlad é ameaçado pelo Império Otomano do sultão Mehmed II (Dominic Cooper). Empenhado em uma jornada para proteger seu povo, o empalador enfrenta um conflito interno: vale abdicar da condição humana para adquirir poderes sobrenaturais e defender sua família e seu reino? “As pessoas não conhecem a história que antecede a obra de Stoker. A oportunidade de mostrar esse lado humanizado e complexo de Vlad, um marido amoroso e pai dedicado, e a sua transformação no Conde Drácula foi o que me motivou a abraçar esse projeto”, declarou o diretor irlandês Gary Shore.
Sarah Gabon, que interpreta a esposa de Vlad no filme, chamou atenção para o ineditismo de seu personagem, já que a mulher de Drácula nunca havia sido retratada nas várias adaptações cinematográficas já feitas para a obra original. A atriz ainda criticou o sexismo presente no discurso sobre os filmes do gênero. “Por que não tratar Drácula como o marido de Mirena?”, provocou. “Nessa história colocamos nossos maiores esforços para retratar a pureza do amor deles, do filho que tiveram juntos, e como eles construíram uma família que é valorizada por Vlad”, afirmou a atriz canadense.
Assistir nas telonas à história de um humano que decide se tornar vampiro – e sofrer as duras consequências de sua escolha -, no fim das contas, será divertido para os fãs de literatura fantástica e obras de época. Sequências de luta entre os exércitos de Vlad e Mehmed devem fazer a alegria dos que adoram uma boa batalha sangrenta. As cenas mais assustadoras ficam a cargo de Charles Dance (Tywin Lannister de Game of Thrones), numa inspirada e horripilante interpretação do Caligula, o vampiro que amaldiçoa Vlad. Do ponto de vista técnico, Drácula Untold não decepciona. Produzido por Michael de Luca (de Capitão Phillips e do aguardado Cinquenta Tons de Cinza), teve a maior parte de suas cenas ambientadas em belíssimos penhascos e montanhas do norte da Irlanda – cenários valorizados pela fotografia de John Schwartzman (O Espetacular Homem-Aranha) e figurinos de Ngila Dickson, que assinou a caracterização de O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, premiada com o Oscar. Se depender da equipe envolvida, a história nunca contada do vampiro mais famoso da história nunca mais será esquecida.
Cientistas descobrem o que torna os tardígrados tão resistentes à radiação
Por que existe a letra “h” se ela não tem som?
Como a lógica, por si só, pode provar que o tempo não existe
“Bebê Rena”: série de TV da Netflix traz uma nova perspectiva sobre a vitimização sexual masculina
Como observar a chuva de meteoros Eta Aquáridas este final de semana
