Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Coluna Carbono Zero: os carros elétricos são a única saída para reduzir as emissões de CO2?

Nem sempre. Em alguns casos, o carro a álcool pode ser até mais limpo. Entenda por quê.

Por Salvador Nogueira
Atualizado em 30 dez 2022, 14h15 - Publicado em 15 jul 2022, 10h10
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Texto Salvador Nogueira

    Publicidade

    Há um consenso, vindo principalmente do mundo desenvolvido, de que os carros elétricos são o futuro. Esses veículos, em princípio, poderiam atingir neutralidade total de carbono, caso pudessem ser recarregados a partir de fontes 100% limpas. O problema é que não é assim que a banda toca.

    Publicidade

    Ao plugar o carro na tomada, o consumidor está transferindo energia da rede elétrica para a bateria, e a chave para entender o real impacto sobre emissões é saber como essa energia foi gerada.

    Um estudo da empresa alemã Mahle revelou que no Brasil, onde 85% da eletricidade vem de fontes renováveis (e limpas), como as hidrelétricas, alimentar um carro elétrico ao longo de dez anos emitiria o equivalente a 17,6 toneladas de CO2.

    Publicidade

    Já na Bolívia, que tem quase 65% de sua eletricidade gerada por combustíveis fósseis, alimentar esse mesmo carro geraria 32,5 toneladas de CO2 – mais até do que um veículo a gasolina, que emitiria 31,3 toneladas no mesmo período de uso.

    Continua após a publicidade

    Essa diferença seria o fim da história, não fosse outra tecnologia em uso no Brasil há muito tempo: os biocombustíveis, em particular o etanol. O mesmo estudo da Mahle indica que a emissão média de um carro movido a etanol, no Brasil, é de 12,1 toneladas de CO2-equivalente a cada dez anos. Ou seja, menos até que o carro elétrico!

    Publicidade

    É fato que os motores a etanol emitem um bocado de poluentes. Mas boa parte disso é compensada pela natureza renovável do sistema: para produzir mais etanol, é preciso plantar cana, que tira CO2 da atmosfera via fotossíntese. No balanço, a conta fica bonita.

    E com a vantagem adicional de que os carros flex e a disponibilidade ampla do etanol fazem com que nossa grade de mobilidade já esteja praticamente toda preparada para se beneficiar disso.

    Publicidade

    Contudo, esse também não é o fim da história. Porque o balanço de carbono não é o único fator envolvido. Nas grandes cidades, os motores a combustão prejudicam a qualidade do ar e aumentam a incidência de doenças respiratórias (um problema que o carro elétrico não tem).

    Continua após a publicidade

    Ademais, se todo mundo aderir ao etanol, haverá combustível para todos? Do outro lado, haverá apagão elétrico se todo mundo abandonar os combustíveis fósseis e plugar seus carros na tomada?

    Publicidade

    Qualquer solução racional, especialmente no caso do Brasil, envolverá um mix. Para uso urbano, o carro elétrico parece melhor; para viagens longas, etanol e outros biocombustíveis são mais convidativos. Certeza, só uma: precisamos cortar, em escala global, o uso dos combustíveis fósseis.

    Compartilhe essa matéria via:
    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.