Era uma convicção dos neurologistas: os animais, o homem inclusive, podem perder neurônios depois de adultos, mas nunca produzir novos. Recentemente, porém, cientistas das Universidades Princeton e Rockefeller, nos Estados Unidos, descobriram que os sagüis quebram essa regra. Eles fabricam células cerebrais novinhas em folha em um canto específico da massa cinzenta: o hipocampo, uma estrutura envolvida na gravação das lembranças. Os pesquisadores desconfiam que os humanos poderiam também gerar neurônios no hipocampo. Se a suspeita for confirmada, vem boa nova por aí. A expectativa, para o futuro, é criar tratamentos revolucionários para problemas degenerativos, como o mal de Alzheimer, que leva à morte prematura de neurônios. Bastará estimular a fabricação de células novas para repor perdas e danos provocados por essas doenças.
Quando a cor indica a idade
No cérebro do sagüi, os cientistas separaram os neurônios novos dos maduros.
No hipocampo, região do cérebro onde se suspeitava que ocorre a fabricação de neurônios novos em animais adultos, foram injetados um corante azul e outro vermelho.
A substância azul coloriu os neurônios maduros, criados quando o animal era ainda um bebê.
A vermelha tingiu os neurônios que estavam se dividindo, ou seja, dando origem a novas células cerebrais.
Também foram achados neurônios tingidos com as duas cores. Essas células já estavam maduras, mas haviam surgido na fase adulta do animal.