A ciência por trás da arte…
A ciência é a fonte de inspiração procurada por muitos artistas consagrados
Tiago Cordeiro
O pintor e escultor Leonardo da Vinci desenvolveu o esboço de um helicóptero, imaginou o uso de energia solar, criou uma teoria rudimentar de placas tectônicas e promoveu grandes avanços no conhecimento da anatomia. Nos séculos seguintes, arte e ciência em grande parte deixaram de caminhar lado a lado, mas essa situação está mudando. Ao longo dos últimos anos, pesquisadores começaram a observar obras de arte com uma visão científica. Como diz o professor e colunista da Sapiens Luiz Barco, há muita arte e beleza na ciência. Veja como os artistas usam a ciência para desenvolver suas obras.
O som das cores
Muito estudada no final do século 19, a sinestesia foi abandonada nas últimas décadas. Só recentemente a ciência voltou a pesquisar o cérebro das pessoas que ouvem cores ou sentem o gosto de canções. Enquanto os pesquisadores engatinham, os artistas se aproveitam dessa capacidade. É o caso do poeta francês Baudelaire, do compositor húngaro Franz Liszt e do pintor russo Wassily Kandinsky, autor de Composição IX (ao lado).
Expressionismo fractal
Em 1999, o físico Richard Taylor demonstrou que formas fractais se repetem nas obras do pintor americano Jackson Pollock (ao lado, Shimmering), que respingava a tinta na tela de forma que os pingos escorressem e se entrelaçassem. Foram esses fractais que permitiram que um grupo de matemáticos comprovasse que 6 telas recém-descobertas, supostamente de autoria de Pollock, eram apenas falsificações.
Dinâmica de fluidos
Vincent van Gogh, o pintor atormentado que cortou a própria orelha e se suicidou aos 37 anos, seguia os princípios da dinâmica de fluidos. De acordo com um grupo de pesquisadores, as obras do gênio holandês seguem, com precisão matemática, a escala Kolmogorov, que explica o movimento de fluidos em estado de turbulência. Acima, Noite Estrelada.