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A nossa alma magnética

Campo de força da Terra cria uma bolha que protege o planeta do vento solar.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h53 - Publicado em 31 jan 2000, 22h00
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  • Spensy Pimentel

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    Em qualquer filme de ficção científica, as espaçonaves costumam ter um campo de força para se defender dos ataques de alienígenas. Pois saiba que a Terra também tem uma proteção invisível desse tipo. E ela é magnética. Esse escudo protege o planeta de uma radiação nociva formada por partículas emitidas pelo Sol, chamadas de vento solar.

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    “A Terra possui uma alma magnética”, descreveu em 1600 o inglês William Gilbert, primeiro cientista a estudar o fenômeno. Foi ele também quem comparou o planeta a um gigantesco ímã, o que explicaria o funcionamento das bússolas. Gilbert nunca conseguiu provar sua teoria, mas estava no caminho certo: a Terra tem um campo magnético ao seu redor, formado por dois pólos que não coincidem com os geográficos.

    Hoje, a ciência sabe que esse campo magnético tem origem numa área próxima ao centro da Terra. Entre 2 900 e 5 200 quilômetros de profundidade, há um fluido metálico constituído principalmente de ferro. Ele está em constante movimento, graças à rotação da Terra, a variações de temperatura e ao atrito com partes sólidas. “Esse fluido se comporta como o ar da atmosfera ou a água dos oceanos”, compara o professor Igor Pacca, do Instituto Astronômico e Geofísico da Universidade de São Paulo. “Essa movimentação forma uma corrente elétrica que acaba gerando o campo magnético terrestre.”

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    Tempestade colorida

    As auroras polares são deslumbrantes, mas já inspiraram pânico ao longo da história da humanidade. Os habitantes da Califórnia, nos Estados Unidos, viram o céu avermelhado em 1941 e imaginaram ser um ataque dos japoneses. Erro parecido foi cometido pelo imperador romano Tibério (42 a.C.-37 d.C.), que confundiu a ocorrência de uma aurora polar com as luzes de uma cidade em chamas. Batizadas por Galileu Galilei de aurora boreal (de Bóreas, deus grego do vento norte), mais tarde descobriu-se que o fenômeno também acontece no hemisfério sul – nesse caso, é chamada de aurora austral.

    Quem tirou as auroras do terreno da superstição foi o astrônomo inglês Edmond Halley (1656-1742), que associou o fenômeno ao magnetismo terrestre. Formadas logo após os períodos de grande atividade no Sol – as chamadas tempestades solares –, elas são resultado de uma chuva de partículas subatômicas atraídas pelos pólos magnéticos da Terra.

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    O vento solar reage com o oxigênio e o nitrogênio livres na alta atmosfera, 100 quilômetros acima de nossa cabeça. As partículas aceleradas emitem luzes coloridas, como se estivessem em um tubo de televisão, liberando energia da ordem de 1 milhão de watts. Com essa superprodução, os efeitos especiais são bem mais interessantes do que na telinha da TV.

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    Quem sabe é super

    Quando ocorre um súbito brilho na superfície do Sol, fenômeno conhecido como erupção solar, os astrônomos sabem que 20 a 40 horas depois acontecerá uma aurora polar no norte do Canadá, onde fica o pólo magnético da Terra.

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    Guarda-chuva planetário

    O campo magnético protege a Terra do vento solar.

    1. Uma parte do vento solar que atinge a Terra chega aos pólos, onde se forma uma espécie de funil magnético. As partículas chegam com muita energia, a uma velocidade de 1,4 milhão de quilômetros por hora.

    2. Ao chegar às camadas mais altas da atmosfera, as partículas colidem com o ar, transformando toda a energia em luz. Essa reação cria os efeitos conhecidos como aurora polar.

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    3. As partículas do vento solar que atingem as regiões próximas ao Equador ficam retidas numa área do campo magnético chamada Cinturão de Van Allen, a uma altitura entre 1 000 e 60 000 quilômetros.

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