Sérgio Gwercman, diretor de redação
“Vivemos numa era em que a informação é abundante como em nunca outra.” Taí um dos clichês mais repetidos da atualidade. Tão repetido que Eric Schmidt, ex-CEO do Google, até o transformou em número: a cada 48 horas, produzimos 5 bilhões de gigabytes. E isso é mais do que tudo que foi criado entre o começo do mundo e 2003. Uau. Muito bacana. Mas e daí? Daí que a realidade é um pouco diferente. Sim, vivemos numa era de abundância. Mas informação é uma coisa. Conhecimento é outra. Uma está para a outra como o tijolo para a casa. Uma pilha de tijolos tem potencial para fazer maravilhas. Mas sozinha ela é só uma pilha.
Eis então um dos grandes desafios (e oportunidades) que temos adiante: transformar milhares de blocos, esses 5 bilhões de gigabytes de tijolos, em algo útil. Dá uma trabalheira, mas aqui, na SUPER, a gente se esforça para fazer nossa parte. Misturar cimento, construir as paredes, mostrar o contexto das coisas, dar sentido a elas, enfim, transformar informações em conhecimento.
A gente se dedica obsessivamente a essa missão. Queremos mostrar, por exemplo, que não há previsão de fim do mundo no calendário maia. Essa é apenas uma das informações inúteis que somam no cálculo de Eric Schmidt. E que, maias ou não maias, o importante mesmo é entender que este planeta tem prazo de validade. É só uma questão de saber como ele vai desaparecer. Ou melhor: no que ele se transformará. Para descobrir é preciso investigar o sistema solar, a atmosfera, o interior do planeta, o ser humano. Essa busca é o tema da reportagem de capa. Um belo exemplo de quantos tijolos precisamos juntar para construir o conhecimento.
Acredite no conhecimento. Levamos a ideia tão a sério que lançamos um curta-metragem com esse título no YouTube. Sucesso: mais de 320 mil pessoas assistiram em menos de um mês. É simplesmente o melhor viral do Brasil em 2011. Não viu? É só ir para abr.io/1WzP.
Um grande abraço.