Mesmo quando nadam nas águas glaciais dos mares antárticos, os peixes não se congelam. Isso porque então protegidos por um anticongelante natural formado por compostos de proteína e açúcar: quando a temperatura cai abaixo de zero, esses compostos se prendem aos cristais de gelo que se formam nos fluidos do organismo, como o sangue, e retardam a sua solidificação. Essa descoberta de uma equipe de pesquisadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, já despertou o interesse, quem diria, de fabricantes de sorvete.
Explica-se: eles gostariam de impedir a formação de cristais em sorvetes recongelados depois de derretidos. Mas a principal aplicação da descoberta pode estar na área de transplantes. Normalmente, as temperaturas baixas que mantém os órgãos a serem implantados também provocam a deterioração do fluido intercelular. Se o mecanismo dos peixes puder ser utilizado para guardar órgãos humanos descongelados, mas ainda submetidos a baixas temperaturas, eles poderão ser conservados por muito tempo.