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Aquecimento global vai deixar voos mais turbulentos, diz estudo

Pode ir se preparando. Segundo os pesquisadores, as turbulências serveras vão aumentar 149% e os balanços moderados crescerão 94% nas viagens.

Por João Pedro Caleiro, de Exame.com
11 abr 2017, 19h06

Se você tem medo de voar de avião, as mudanças climáticas devem tornar sua vida mais dura. Isso porque, segundo um cientista da Universidade de Reading, no Reino Unido, elas vão aumentar (e muito) a frequência das turbulências nas viagens.

A conclusão é de Paul D. Williams, que publicou um estudo no periódico Advances in Atmospheric Sciences.

As turbulências acontecem por causa de alterações na velocidade e direção de diferentes correntes de ar que venham a se encontrar perto da trajetória do avião. Como o aquecimento global não atinge todo o planeta da mesma forma, as diferenças de temperatura podem se acentuar tanto no chão quanto em grandes altitudes – e com elas, a intensidade e instabilidade desses choques.

A previsão não é exatamente nova e já estava sendo discutida entre especialistas. A novidade do estudo é que ele calculou os aumentos na frequência de cada tipo de turbulência.

Para isso, Williams usou um modelo climático. Na primeira versão, a referência foram os níveis de gás carbônico na atmosfera encontrados antes da era industrial.

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Na segunda, o cálculo foi feito com o dobro de concentração de gás carbônico – nível que deve ser atingido em meados do século, de acordo com previsões relativamente moderadas de aumento de emissões.

O resultado: altas de 59% nas turbulências leves, 94% nas turbulências moderadas e 149% nas turbulências severas.

“Uma intensificação da turbulência pode ter consequências importantes para a aviação. A turbulência pode causar danos às aeronaves e é a causa por trás do medo que muitas pessoas tem de viajar de avião”, diz o estudo.

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Vale lembrar que as turbulências calculadas por Williams estão relacionadas não ao tempo ruim em si, algo que os pilotos podem ver e desviar, e sim a mudanças nas correntes de ar invisíveis a olho nu (o chamado ‘clear air’, ou “ar limpo”). Elas não são detectadas por radares ou aparelhos de medição meterológica, então os pilotos tem que se informar pela experiência de aeronaves que passaram pelas mesmas rotas para tentar desviar delas. Mas a maioria das vezes isso não é necessário: a maioria das equipes que voa o tempo inteiro se acostuma com turbulência leve e moderada. Já a experiência com turbulência severa é rara, mesmo para quem trabalha em um avião – mas se as previsões de William se concentrizarem, isso está prestes a mudar.

Este conteúdo foi publicado originalmente em EXAME.com

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