Relâmpago: Assine Digital Completo por 2,99

Astrônomos descobrem Quipu, a maior estrutura cósmica já vista no Universo

Ela é 13 mil vezes maior que a Via Láctea e seu nome vem de uma ferramenta de contagem inca, que utilizava nós em cordas (e tem um formato parecido aos filamentos do novo aglomerado cósmico)

Por Bela Lobato
11 fev 2025, 19h00

Galáxias são conjuntos de estrelas, poeira, gases e matéria escura que formam o Universo. Nós vivemos (assumindo que você, leitor, seja um companheiro terráqueo) na Via Láctea, uma galáxia espiral. 

As galáxias podem ser agregadas em grupos, aglomerados e superaglomerados. No nosso caso, a Via Láctea faz parte do Grupo Local, que por sua vez integra o superaglomerado de Virgem – que é parte de uma estrutura cósmica ainda maior chamada Laniakea (uma palavra havaiana que significa “céu imenso”).

Agora, um grupo de astrônomos afirma ter encontrado o que pode ser a maior estrutura em escala do universo conhecido – um grupo de aglomerados e superaglomerados de galáxias. Chamada de Quipu, essa estrutura se estende por cerca de 1,3 bilhão de anos-luz (13 mil vezes maior que a Via Láctea) e contém a massa equivalente a 200 quatrilhões de sóis.

O nome Quipu vem de um sistema de contagem utilizado pelos incas baseado em nós em cordas. Assim como cordões de um quipu, a Quipu é uma estrutura com um grande filamento principal e vários filamentos laterais.

Imagem do Quipu no Museu de Arte de Cleveland em Cleveland, Ohio.
Um quipu, uma ferramenta de contagem inca. (Wikimedia Commons/Reprodução)
Continua após a publicidade

A descoberta foi compartilhada no final de janeiro em um artigo publicado no site de pré-prints ArXiv. Isso significa que o estudo ainda não foi revisado por outros especialistas, mas já foi aceito pela revista Astronomy and Astrophysics.

Os cientistas detectaram as estruturas de Quipu a aproximadamente 425 milhões e 815 milhões de anos-luz da Terra. Estudos anteriores sugerem que estruturas ainda maiores existem mais profundamente no cosmos.

sta imagem mostra as cinco superestruturas recém-descobertas. Quipu (vermelho) é a maior estrutura encontrada no universo local. As outras são Shapley (azul), Serpens-Corona Borealis (verde), Hercules (roxo) e Sculptor-Pegasus (bege).

Continua após a publicidade

Até então, o superaglomerado de Shapley era conhecido como a maior superestrutura já descoberta, mas foi eclipsado por Quipu e outras três estruturas gigantes achadas pela mesma pesquisa: a superestrutura Serpens-Corona Borealis, o superaglomerado Hércules e a superestrutura Sculptor-Pegasus, que se estende entre as duas constelações que lhe dão o nome.

Juntas, essas cinco superestruturas contêm 45% dos aglomerados de galáxias, 30% das galáxias e 25% da matéria do universo observável, informaram os pesquisadores no artigo. No total, elas representam 13% do volume do universo.

Imagem do superaglomerado Shapley. Imagem de estrelas no universo com quatro manchas vermelhas dentro de uma grande mancha azul esverdeado.
Anteriormente considerada a maior superestrutura no espaço, O superaglomerado Shapley agora foi eclipsado por pelo menos quatro outras, incluindo Quipu. (ESA & Planck Collaboration / Rosat/ Digitised Sky Survey)/Reprodução)
Continua após a publicidade

Entender essas superestruturas é uma peça importante do complexo quebra-cabeça de recriar a história do universo. Elas influenciam, por exemplo, o fundo cósmico de micro-ondas, que é a radiação remanescente do Big Bang que está presente em todo o espaço. Essa radiação é como um eco do início do universo, e as superestruturas podem alterar sua aparência e suas medições.

Compartilhe essa matéria via:

Os cientistas também notaram que a velocidade das galáxias muda em áreas com superestruturas, onde a expansão local pode confundir as medições da expansão geral do universo, conhecida como constante de Hubble.  Além disso, a forte gravidade dessas estruturas pode curvar a luz, fenômeno chamado lente gravitacional, que distorce as imagens de objetos distantes. 

Continua após a publicidade

“Na futura evolução cósmica, essas superestruturas estão fadadas a se dividir em várias unidades em colapso”, escreveram os pesquisadores. “Portanto, são configurações transitórias. Mas, no momento, são entidades físicas especiais com propriedades características e ambientes cósmicos especiais que merecem atenção especial.”

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

ECONOMIZE ATÉ 82% OFF

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 2,99/mês

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$35,88, equivalente a R$ 2,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.