Bichinho de luz é cupim? Entenda a relação
Com os meses quentes chegando, podemos esperar a aparição desses animais ao redor das luzes. O que são eles e como evitá-los?
Com as festas de fim de ano se aproximando, há itens que são praticamente indispensáveis: arroz com passas, patê, panetone e, claro, os bichinhos de luz – ou “siriri” e “aleluia”, dependendo da região do Brasil. Assim que o verão chega, esses insetos também fazem sua aparição, atraídos pelas altas temperaturas que os incentivam a passar horas voando em círculos ao redor das lâmpadas acesas. Mas, afinal, quem são esses pequenos voadores que marcam presença nas nossas comemorações?
Nada mais, nada menos que cupins. Eles são insetos da ordem Isoptera e vem direto do cupinzeiro mesmo. Na época reprodutiva desses animais, que acontece justamente quando o tempo fica quente e úmido, eles desenvolvem asas para realizar a cópula – essa fase é conhecida como “fase alada”. Ou seja, as asinhas são um outfit novo usado para atrair um bichinho do sexo oposto na revoada (período reprodutivo), com sonhos de uma união estável.
Só que, depois de um tempo, essas asas caem e os cupins vão atrás do menu favorito da espécie: celulose, que está, por exemplo, na madeira e no papel.
Por que eles voam em direção à luz?
Ao contrário do que se acredita, a luz artificial não atrai esses insetos, mas sim interfere nos sistemas de navegação que eles utilizam para se orientar durante o voo. De acordo com um estudo publicado na Nature Communications, esses animais se “embaralham” com as luzes brancas. Isso porque os insetos voadores dependem da luminosidade, especialmente à noite, para se orientar.
Esses bichinhos, ao longo de sua evolução, aprenderam a usar a luz do céu como um guia para se orientarem, sendo o céu a fonte mais brilhante em seu campo visual e indicando a direção para cima. Para controlar seu voo, esses animais geralmente mantêm o dorso voltado para a luz – seja ela natural ou artificial. Esse comportamento de resposta à luz é fundamental para sua navegação. Contudo, quando confrontados com luzes artificiais, como as lâmpadas, os insetos acabam reagindo da mesma forma que fariam em relação ao céu, mas isso os confunde e os faz girar de maneira descontrolada, perdendo a capacidade de se orientar adequadamente.
Causam algum mal para os humanos?
O professor Paulo Jubilut, biólogo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental, explica para a CNN que os bichos não apresentam nenhum risco à saúde dos humanos ou animais de estimação. Porém, o problema muda quando falamos dos móveis de madeira das casas.
“Depois que eles perdem as asas, quando eles podem criar um ninho em móveis de madeira ou outras estruturas, causam danos significativos. O risco principal está na capacidade desses cupins de formar colônias que podem comprometer a integridade de objetos de madeira dentro de casa”, afirma.
Como evitar?
Algumas precauções podem ser tomadas para não disponibilizar um banquete para esses cupins alados. É sempre bom afastar móveis de madeira das paredes para não facilitar a criação de ambientes ideias para a criação de cupinzeiros. Outra medida a ser tomada é evitar o acúmulo de papéis.