Brincadeira de rei
Um problema colocado aos cientistas da Royal Society não passou de uma peça pregada pelo rei.
Por que uma bacia de água contendo um peixe morto pesa mais do que outra com um peixe vivo?
Esse problema, aparentemente simples, foi colocado certa vez pelo rei Carlos II da Inglaterra (que reinou de 1660 a 1685) aos cientistas da recém-fundada Royal Society. Pegos de surpresa, eles não souberam responder de imediato e perdera-se em intermináveis discussões, sem chegar a qualquer conclusão satisfatória. Até que um deles se lembrou de uma regra elementar: antes de se tentar explicar o porquê das coisas, é preciso verificar se elas, de fato, ocorrem. E sugeriu uma experiência: primeiro, pensando apenas a bacia com água, depois com o peixe vivo; e em seguida com o peixe morto. Sob protesto dos colegas, que achavam um absurdo duvidar da palavra do rei, o cientista fez as pesagens e, para surpresa geral, constatou-se que o peso da bacia, com o peixe morto ou vivo, era exatamente o mesmo. Os cientistas perceberam, então, que Carlos II, também chamado de “Monarca Alegre”, lhe havia pregado uma peça. Esse episódio, contado por Arthur Sutcliffe e A.P.D. Sultcliffe (pai e filho), autores do livro Ciência – História e Realidade, leva a uma conclusão: antes de se tomar uma afirmação como verdadeira, é preciso investigar para saber se ela tem mesmo fundamento.