China quer enviar missão ao lado oculto da Lua
Se tudo der certo, robô chegará lá neste ano - levando sementes de batata e larvas de inseto
O lado oculto da Lua tem esse nome porque nunca é visível da Terra. Os astronautas americanos (e os robôs enviados à Lua pela URSS) nunca chegaram nem perto dele. Mas, em 2018, talvez a humanidade chegue até ele. Em junho, a China pretende lançar um satélite que orbitará o lado oculto da Lua – o que estabelecerá, pela primeira vez, um canal de comunicação entre a Terra e essa região. Assim que o satélite estiver operacional, ele será usado para guiar a segunda etapa da missão: enviar um robô até lá.
Se der certo, a missão (que se chama Chang’e, em referência à deusa da lua da mitologia chinesa), colocará o país na liderança da exploração espacial. Desde 2007, a China já realizou três missões lunares, mas só replicando feitos que os EUA e a URSS já haviam realizado: enviou dois pequenos satélites e um robô, que pousou no lado conhecido da Lua. Agora, se prepara para dar o primeiro passo à frente.
O robô, que tem quatro rodas e se parece bastante aos rovers enviados à Marte pelos EUA, levará consigo um pequeno “ecossistema”: um cilindro lacrado, de 16 cm de diâmetro, contendo sementes de batata e larvas de inseto. O cilindro será monitorado à distância por cientistas chineses, que querem estudar o crescimento de plantas e insetos por lá. O robô também poderá levar consigo um radiotelescópio, que permitiria explorar o universo com clareza inédita – pois o lado oculto da Lua não é poluido pelos sinais eletromagnéticos emitidos pela Terra.