Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Pesquisadores estão criando um “Wall-E do espaço” para limpar a órbita da Terra

Satélite-robô OSCaR foi pensado para procurar e destruir lixo espacial de forma econômica

Por A. J. Oliveira
Atualizado em 24 abr 2019, 16h23 - Publicado em 24 abr 2019, 16h21
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Para levar a cabo a árdua missão de fazer uma limpa na órbita terrestre, tamanho não é documento. É o que motiva um grupo de pesquisadores do Instituto Politécnico Rensselaer, em Nova York, a criar um pequeno satélite robótico que promete ser de grande ajuda nesse desafio. Qualquer semelhança com Wall-E não é mera coincidência.

    Publicidade

    Na animação de 2008 produzida pela Pixar, uma Terra soterrada pelo lixo em 2100 é o lar do solitário e simpático robozinho, que passava seus dias rodando a superfície e cuidando dos dejetos que a humanidade deixou para trás antes de abandonar o planeta. No ritmo em que a poluição da órbita terrestre está se agravando, uma realidade distópica semelhante parece estar se construindo. Só que no espaço.

    Publicidade
    (Rensselaer Polytechnic Institute/Reprodução)

    Segundo uma estimativa da Agência Espacial Europeia, há 128 milhões de minúsculos fragmentos menores que um centímetro e 34 mil objetos maiores que 10 centímetros perdidos em órbita. Pequeno ou grande, qualquer lixo espacial pode fazer estragos em  espaçonaves, satélites ou estações espaciais: eles viajam a 28,2 mil quilômetros por hora.

    Continua após a publicidade

    Um fato preocupante é que a quantidade observada de detritos está crescendo mais depressa do que a taxa em que novos objetos são colocados no espaço. “Isso é um indicativo de que os estágios iniciais da Síndrome de Kessler podem estar acontecendo”, alerta Kurt Anderson, professor de engenharia em Rensselaer e líder do projeto. Esse cenário prevê um momento em que a órbita terrestre estará tão saturada de lixo que as colisões entre um pedaço e outro vão sair do controle. Será o início de uma reação em cadeia, de um efeito dominó que deixará a órbita baixa inutilizável.

    Publicidade

    Conforme a comunidade espacial ganha consciência sobre o problema e fica mais disposta a resolvê-lo, especialistas no mundo todo estão atrás de soluções para tornar sustentáveis os lançamentos de foguetes e operações espaciais. Isso inclui satélites capazes de “se matar” na atmosfera terrestre antes de perderem completamente a função, e também sondas que atuem como garis celestiais e limpem os detritos que já estão lá em cima. É justamente isso que o OSCaR promete fazer.

    Batizado com a sigla em inglês para Captura e Remoção de Espaçonaves Obsoletas, o projeto de baixo custo criado por Anderson e seus alunos consiste em três cubos de 10 centímetros grudados um no outro. É o chamado cubesat do tipo 3U (três unidades), com cada uma desempenhando funções distintas e vitais.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    No módulo do “cérebro” ficam o GPS para a navegação, o armazenamento de dados, comunicação, além dos sistemas térmicos e elétricos. Em outro está o propelente e o sistema propulsor para movimentar o pequeno gari. E, por último, mas de forma alguma menos importante, o terceiro cubo contém o aparato necessário para a captura dos detritos.

    Além de quatro redes e cabos para apanhar quatro pedaços de lixo espacial, há também sensores de radar para que o OSCaR localize seus alvos na vastidão do espaço. Quase todo o processo ocorre autonomamente, com os controladores tendo de se envolver muito pouco. Depois de cinco anos em missão, o cubesat arrasta a si próprio e aos resíduos capturados atmosfera adentro, destruindo-os por completo.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Anderson e seus alunos estão aperfeiçoando os algoritmos para testar o dispositivo primeiro em terra firme, ainda este ano, e futuramente no espaço. As expectativas são grandes. “Nós imaginamos um dia em que poderemos mandar lá para o alto toda uma frota, um esquadrão de OSCaRs para irem juntos atrás de grandes amontoados de lixo”, diz o professor. Pelo menos, o trabalho do Wall-E dos nossos tempos não será tão solitário quanto o do desenho.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.