Cientistas implantam neurônios humanos em ratos
E deu certo: seis meses mais tarde, cerca de 30% do córtex somatossensorial das cobaias era “humano".
Na experiência, realizada pela Universidade Stanford, os neurônios foram cultivados em laboratório e injetados no córtex somatossensorial (que processa os sinais de tato) de 72 ratos recém–nascidos (1), com apenas três a sete dias de vida – esse foi o momento escolhido porque as conexões cerebrais ainda estão se formando.
Dois meses após o procedimento, 81% das cobaias apresentavam neurônios humanos vivos. Eles se multiplicaram e integraram com o resto do cérebro: seis meses mais tarde, cerca de 30% do córtex somatossensorial dos ratos era “humano”.
Os bichinhos pertencem a uma linhagem geneticamente modificada para ter o sistema imunológico fraco (por isso, seu organismo não atacou as células humanas).
74% deles sobreviveram por um ano, que é a expectativa de vida da espécie. Os bichos não apresentaram anormalidades neurológicas ou de comportamento. E os neurônios humanos aparentemente funcionaram: quando os cientistas sopravam ar nos bigodes dos ratos, eles disparavam sinais elétricos, acusando a sensação de tato.
Fonte 1. Maturation and circuit integration of transplanted human cortical organoids. S Pasca e outros, 2022.