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Cientistas italianos tentam ler DNA de Da Vinci em mecha de cabelo

Em comemoração ao aniversário de 500 anos da morte de Leonardo, a mecha ajudará a estabelecer a autenticidade de seu esqueleto.

Por Maria Clara Rossini
Atualizado em 26 abr 2023, 16h57 - Publicado em 30 abr 2019, 17h54

A Itália acaba de ganhar mais uma relíquia para sua coleção de artefatos históricos. Dessa vez, não de trata de pintura ou escultura, mas de… cabelo. Especialistas estão planejando ler o DNA de uma mecha que teria pertencido a Leonardo Da Vinci.

A mecha estava escondida em uma coleção privada nos Estados Unidos, bem longe do local em que Leonardo nasceu, a vila de Vinci. Agora que foi encontrada, ela voltará para casa e será apresentada pela primeira vez na Biblioteca Leonardiana na quinta-feira (2), quando a morte do artista fará 500 anos. 

O cabelo vem acompanhado de documentos que atestam sua autenticidade. Mas isso, claro, só será confirmado após comparações com o DNA dos ossos de Da Vinci e amostras coletadas de seus descendentes vivos.

Segundo Agnese Sabato, presidente da Fundação Leonardo da Vinci Heritage, a relíquia é necessária para aumentar a solidez das pesquisas sobre os restos mortais do autor. A análise do DNA vai contribuir para resolver grandes mistérios, como a legitimidade do esqueleto enterrado em Amboise.

Da Vinci foi enterrado originalmente na igreja de Saint-Floretin em Amboise, na França, mas o local foi destruído durante a Revolução Francesa. Seus ossos foram transportados até uma capela menor, Saint-Hubert. Acontece que essa é uma suposição: ninguém tem certeza absoluta de que os restos mortais que estão enterrados lá sejam realmente de Leonardo.

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A demolição da igreja ocorreu em 1802, mas seus ossos só foram supostamente encontrados em 1863. Uma escavação amadora dizia ter encontrado um crânio “grande o suficiente para comportar um cérebro excepcional” ao lado do escrito LEO DUS VINC.

Os restos mortais foram guardados, mas permaneceram perdidos durante mais de uma década. Foi só em 1874 que eles foram enterrados novamente, dessa vez na capela de Saint-Hubert. Depois de tantas idas e vindas, não é à toa que os historiadores tenham dúvidas sobre a autenticidade do esqueleto.

Além de ajudar a desvendar esse mistério, o público também poderá ver a relíquia ao vivo. Ela será exposta a partir do dia 2 de maio no museu Ideale Leonardo da Vinci, também na cidade natal do artista. O único empecilho é ter que se deslocar até a Itália para ver os fios de cabelo.

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