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Cinco revelações do maior relatório de saúde e mudanças climáticas do ano

Segundo os dados, 2,5 milhões de pessoas morrem todos os anos em decorrência da queima de combustíveis fósseis.

Por Maria Clara Rossini
29 out 2025, 10h00

Nesta quarta-feira (29), o periódico The Lancet em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou o maior relatório de impactos na saúde causados por mudanças climáticas do ano. Trata-se da nona edição do Lancet Countdown on Health and Climate Change, que contou com a colaboração de 128 pesquisadores de 71 instituições acadêmicas.

Publicado dias antes da COP30 (que começa em 10 de novembro), o relatório mostra a conexão entre mudanças climáticas e saúde, podendo pautar as discussões da conferência em Belém. O documento fornece dados sobre número de mortes por ondas de calor, poluição do ar e fumaça de queimadas, financiamento para adaptação climática, entre outros temas.

Abaixo, confira os principais dados do relatório.

Ondas de calor

2024 foi o ano mais quente já registrado. O número de mortes relacionadas a ondas de calor cresceu 23% desde os anos 1990: atualmente, uma média de 546 mil pessoas morrem todos os anos em decorrência do calor. Os grupos mais vulneráveis são crianças abaixo de um ano e idosos acima de 65 anos de idade.

Ao redor do mundo, uma pessoa média foi exposta a 16 dias de calor extremo, em níveis perigosos à saúde. Já os grupos vulneráveis, por serem mais sensíveis à temperatura, foram expostos a 20 dias de calor perigosos à saúde. Foi um aumento de 389% e 304%, respectivamente, em relação à média de 1986 a 2005.

O calor também foi sentido na economia. A exposição ao calor resultou em uma perda de 639 bilhões potenciais horas de produtividade no trabalho em 2024, resultando em uma perda de US$ 1,09 trilhão (quase 1% do PIB mundial).

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Queimadas florestais

O clima quente e seco favorece a ocorrência de incêndios florestais. Algumas partículas liberadas nas queimadas são chamadas PM 2.5, por medirem 2,5 micrômetros de diâmetro ou menos. Esse tamanho é 25 vezes menor que a espessura de um fio de cabelo, podendo facilmente ser absorvido pelos pulmões e entrar na corrente sanguínea. 

Em 2024, 154 mil pessoas morreram em decorrência da inalação de partículas PM 2.5, presente na fumaça das queimadas. O número representa um aumento de 36% em comparação à média de 2003 a 2012.

Poluição atmosférica

Mais de 2 bilhões de pessoas, especialmente em países pobres, usam combustíveis poluentes em suas casas. Em 65 países com baixo acesso a energia limpa, a poluição atmosférica decorrente do uso doméstico de combustíveis resultou em 2,3 milhões de mortes evitáveis em 2022. No total, 2,5 milhões de mortes por ano são atribuídas à poluição atmosférica decorrente da queima de combustíveis fósseis.

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As consequências não são iguais para todos. O acesso desigual a tecnologia e energia limpa torna algumas populações dependentes de combustíveis nocivos. Em países pobres, apenas 3,5% da eletricidade vem de fontes renováveis, em comparação a 13,3% em países ricos. 88% das residências em países pobres dependem de biomassa poluente para cozinhar e aquecer a casa.

Subsídio para combustíveis fósseis

Boa parte da matriz energética mundial depende de combustíveis fósseis – mas o preço dessa fonte de energia só cresce. Isso levou os governos a gastarem US$ 956 bilhões em subsídios para combustíveis fósseis em 2023. Apenas 87 países são responsáveis por 93% das emissões globais de CO2. Desses, 15 gastaram mais dinheiro em subsídios para combustíveis fósseis do que na saúde nacional. Cinco desses países chegaram a gastar o dobro de seus respectivos orçamentos de saúde em subsídios: Irã, Líbia, Argélia, Venezuela e Uzbequistão.

“O crescente barateamento e acessibilidade de energia limpa e renovável apresenta uma oportunidade de aumentar a geração de energia local, reduzir os malefícios à saúde dos combustíveis fósseis, e apoia o redirecionamento de subsídios de combustíveis fósseis para promover um futuro mais saudável”, afirmou a pesquisadora Marina Romanello, Diretora Executiva do relatório, em depoimento.

Os bancos privados também contribuem para a expansão dos combustíveis fósseis. Os 40 maiores credores do setor de combustíveis fósseis investiram, juntos, US$ 611 bilhões em 2024 (29% a mais do que em 2023). O valor excede em 15% os empréstimos concedidos ao setor verde.

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Os pontos positivos

Apesar dos dados alarmantes, o relatório ressalta que a ação para frear as mudanças climáticas já mostra resultados positivos. A redução do uso de carvão, especialmente em países ricos, preveniu cerca de 160 mil mortes prematuras por ano entre 2010 e 2022. 

Ao mesmo tempo, a porcentagem de energia gerada por fontes renováveis modernas atingiu valor recorde em 2022, aos 12%. Junto da transição energética surgem empregos mais sustentáveis: mundialmente mais de 16 milhões de pessoas trabalharam diretamente ou indiretamente em renováveis em 2023 (18,3% a mais do que em 2022).

Para ler o relatório completo, clique aqui.

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