Como age o gás hilariante?
O gás hilariante, descoberto em 1722, é formado por oxigênio e nitrogênio. Durante muito tempo foi aproveitado como um tipo de droga leve, que provoca uma sensação parecida com a embriaguez. Nos Estados Unidos, o pessoal pagava 25 centavos para experimentar suas delícias. Só nos meados do século XIX o dentista americano Horace Wells descobriu que ele eliminava a sensação de dor e servia como anestésico.
Como age? Ele afeta uma membrana do revestimento dos neurônios que é envolvida por íons de sódio e potássio. Eles mudam de lugar para deixar o impulso nervoso passar. Sob a ação do gás, esses íons não conseguem transpor a membrana e o impulso fica bloqueado. Os primeiros neurônios a serem afetados são os que controlam o comportamento. Por isso o paciente fica rindo à toa, como se estivesse embriagado.
“Conforme a concentração do gás aumenta com a inalação, os neurônios responsáveis pela vigília também são atingidos”, explica o anestesiologista Manoel Luiz Moreira de Souza, do Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo. Vem, então, o sono e a anestesia geral. Só que o efeito passa alguns minutos depois da inalação. Por isso, para cirurgias, são recomendados outros anestésicos, de ação mais longa.
Como brecar um impulso nervoso
O anestésico atrapalha o movimento dos íons de sódio e potássio através da membrana do neurônio.
1 – Impulsos nervosos chegam ao neurônio …
2 – …e deslocam os íons de sódio e potássio através da membrana. A mensagem é transmitida
1 – Impulsos nervosos chegam ao neurônio…
2 – … e o anestésico paralisa o movimento do sódio e do potássio. A mensagem é brecada