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Como nosso corpo decai (e se reergue)

Saudável ele já é um espanto. Mais fascinante ainda é ver do que seu organismo é capaz quando está senil, doente ou até morto - você sabia que uma cabeça pode viver por segundos depois da guilhotina? Vire a página e saiba como

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Atualizado em 31 out 2016, 18h54 - Publicado em 27 jan 2013, 22h00

78. Quanto sangue dá para perder sem morrer?

De 40% a dois terços do total, dependendo do peso, idade, preparo físico, estado de saúde e local do ferimento. Mas a coisa fica feia antes disso. Se 30% do sangue se for, perde-se a consciência. É como mais se morre no campo de batalha, quando o combatente é baleado e o socorro não chega a tempo. Mas há exceções. Uma hemorragia interna pode matar com só 10% de perda de sangue. Já o corte de uma veia do braço pode levar a pessoa a perder mais de 30% do sangue e seguir consciente, porque a velocidade do sangramento influi diretamente na capacidade de recuperação do corpo. E como é a morte por falta de sangue? O organismo entra em choque porque seus órgãos não recebem mais os nutrientes que o sangue transporta e param de funcionar. E se uma pessoa entrar no hospital com mais de 40% de sangue perdido? Só tem salvação se der certo ressuscitá-la. Depois, dá-lhe soro e transfusões de sangue.

E na doação?
Um doador de sangue deixa, em média:

8% a 10% do sangue, que está dentro do nível de segurança de
15%, sem sintomas.
30% bastam para perder a consciência.
40% ou mais, o organismo entra em choque.
Uma pessoa de 80 quilos tem cerca de 5,5 litros de sangue.

79. Por que não é possível contrair HIV com picada de pernilongo?

Primeiro, porque precisa haver uma compatibilidade entre o hospedeiro e o parasita (como na malária, em que o Plasmodium ocupa o organismo de um mosquito do gênero Anopheles). O HIV não consegue sobreviver dentro do mosquito e acaba sendo digerido.

Além disso, o mosquito não seria capaz de inocular vírus suficientes de HIV para contaminar uma pessoa. Caso o vírus já não fosse digerido pelo mosquito, estima-se que seriam necessárias 10 milhões de picadas para iniciar uma infecção. Por fim, um pernilongo não funciona como uma seringa suja de sangue. Antes de se alimentar, ele regurgita saliva na vítima (no caso da malária, com o Plasmodium), enquanto o fluxo de sangue, que entra por outro canal, é sempre unidirecional.

Fontes: Patric Sarsfield, pesquisador da Royal Devon and Exeter Foundation; Why Mosquitoes Cannot Transmit AIDS, Wayne J. Crans, professor de entomologia da Universidade Estadual de Nova Jersey.

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Doenças

80. Quais são os piores parasitas que podemos pegar?

Você que mora num país tropical certamente não deve se impressionar com histórias de parasitas. Não até ler esta lista.

1. Naegleria fowleri
Um ser de uma só célula é capaz de comer seu cérebro até levá-lo à morte. Essa ameba assassina vive em lagos de água quente e parada, se alimentando de algas. Quando entra pelo seu nariz, segue pelo nervo olfativo até a cabeça, onde se alimenta dos tecidos e leva à morte em duas semanas. Para piorar, ela forma um cisto para se proteger do sistema imunológico do hospedeiro. Em 2011, foram relatadas 4 mortes pela infecção nos EUA. Não há números brasileiros.

2. Cochliomyia hominivorax
Os vermes dessa mosca das Américas curtem carne fresca. Ela deposita seus ovos em feridas abertas (41,7% dos casos nas pernas, 16,7% na cabeça e 4,2% na região dorsal), na boca (12,5%), nos olhos, ouvidos e ânus (8,3%). Em 12 horas, as larvas começam a consumir o seu corpinho vivo. E, sim, isso dói como a descrição faz supor. Não adianta tentar tirar os bichos com a mão ou em água corrente, pois elas vão cavar ainda mais fundo. O único jeito é cirurgia.

3. Loa loa
O vetor de transmissão desse verme nematoide é um inseto do gênero Chrysops, semelhante à mosca. Ela pica uma pessoa contaminada e depois injeta em outra as larvas, que se instalam nos vasos linfáticos e circulam pelo corpo, formando bolhas, causando coceiras e dores abdominais. Os finos vermes brancos de 2 a 7 cm podem atingir até o globo ocular e ficar se movendo sob a superfície do olho, o que causa uma irritação desesperadora. Em casos graves há dano neurológico. Ocorre principalmente no oeste e no centro da África.

81. Quantos micro-organismos vivem em um corpo sadio?

Você nem pode imaginar. Aliás, você nem é você, um indivíduo, mas uma comunidade polpuda de micro-organismos. Afinal, para cada célula do seu corpo existem 10 deles. Multiplique seus 100 trilhões de células por 10 e você terá o total de microintrusos que habitam um corpo saudável. É o que diz o Projeto Microbioma Humano, lançado em 2008 pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA para mapear o genoma dos seres minúsculos que ocupam nosso corpo. Com isso, em 5 anos ele pretende responder em que medida cada indivíduo tem um ecossistema próprio e se alterações nesse ecossistema padrão podem causar doenças.

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Identidade bacteriana
O microbioma humano pode ajudar na identificação de criminosos. Uma análise mostrou que só 13% das bactérias presentes nas mãos são compartilhadas. Ou seja, cada um leva na ponta dos dedos seus próprios bichinhos de estimação. Quando as amostras colhidas nas mãos dos indivíduos foram comparadas àquelas colhidas em seus mouses e computadores se observou um padrão muito parecido, como se cada pessoa deixasse no que toca uma impressão microbiana. Depois de 12 horas, à temperatura ambiente, sem que ninguém tocasse nos equipamentos, a comunidade identificada de bactérias não se alterou muito. O que parece coisa de Dr. House em breve poderá ser mais uma das técnicas usadas pelo CSI.

Os inquilinos que você não vê

Qual a população das regiões mais populosas do seu corpo.

Boca
600 espécies de micro-organismos vivem na boca – e isso vale para pessoas do mundo inteiro. Os cientistas também descobriram que há comunidades específicas vivendo na língua, nos dentes e na gengiva.

Pele
No órgão mais extenso do corpo humano, os micro-organismos cobrem sua superfície e também moram em pelos e glândulas. Os pesquisadores encontraram cerca de 1.000 espécies de bactérias. Fungos e ácaros não entraram na lista, mas outros estudos dão conta de que há pelo menos 19 espécies de fungos vivendo em simbiose conosco.

Sistema digestivo
60% dos micro-organismos do seu corpo vivem do esôfago até o ânus e estão divididos em 1.150 espécies identificadas. Só no intestino grosso, onde termina a fabricação do cocô, estão 100 trilhões deles. E sem as bactérias que vivem no estômago e no intestino delgado, você teria sérias limitações na capacidade de digerir e absorver nutrientes dos alimentos.

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Trato urovaginal
50 espécies de bactérias foram identificadas até agora na flora vaginal, e não só de agentes infecciosos, responsáveis por infecções vaginais e até 25% dos partos prematuros, segundo Douglas Creedon, da Universidade de Illinois. Lá, micro-organismos se encarregam de combater outros que causam doenças.

Vias respiratórias
Pesquisas dão indícios de que micro-organismos possam participar nas nossas trocas gasosas.

Fontes: Instituto Stanley de Pesquisa Médica de Maryland; Museu de Zoologia da Universidade de Michigan; The skin microbiome, Elizabeth A. Grice e Julia A. Segre. Nature (2011); The Human Microbiome Project in 2011 and beyond, Proctor, L. M. US National Library of Medicine.

82. O que a aparência do xixi e do cocô revela sobre a nossa saúde?
Muito. Não só como vai sua alimentação ou se você tem alguma infecção, mas também como estão seus rins, fígado, bexiga, intestinos, estômago.

Número 1

AMARELO-CITRINO
A urina saudável é amarelo-citrino, com tons mais claros ou mais escuros dependendo da quantidade de água no corpo. Em dias frios, por exemplo, fica mais esbranquiçada, pois você sua pouco e as substâncias que compõem o xixi ficam mais diluídas. O mesmo vale quando se bebe mais do que o habitual. Já se você estiver desidratado, é normal fazer xixi mais escuro. Mas vale um alerta: se ele for persistentemente claro ou esbranquiçado, pode ser um sinal de perda da função do rim.

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COR DE COCA-COLA
Quando faz xixi cor de Coca-Cola – a chamada colúria – o corpo pode estar eliminando bile, o líquido produzido pelo fígado que atua na digestão de gorduras. Isso pode sinalizar doenças hepáticas, como hepatite ou colestase.

VERMELHO
A urina vermelha – também chamada de hematúria – é perda de sangue, possível sinal de doenças nos rins (como cálculo renal) e na bexiga ou de presença de tumores.

ESPUMANTE
Se ao cair no vaso a urina formar bastante espuma, como se tivesse sabão em pó, ela provavelmente está cheia de proteína. É a proteinúria – um importante marcador de lesão no rim.

Número 2

DE MARROM A CASTANHO-CLARO
É o cocô que fazemos quando o corpo está legal. A coloração é resultado da ação de bactérias no intestino sobre uma substância chamada bilirrubina, que é eliminada junto com a bile. Qualquer alteração de cor que não decorra da alimentação (depois de comer beterraba ou açaí não tem jeito de ficar marronzinho), algo não está normal.

ESCURÃO, QUASE PRETO
Pode ser um resultado de sangramento no trato digestivo alto, do estômago ou do duodeno. A coisa fica quase preta por conta da degradação da hemoglobina do sangue pelas bactérias do intestino grosso (cólons), o que chamamos de melena. Mau sinal.

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ESBRANQUIÇADO
Quando as fezes ficam persistentemente numa cor parecida com a da massa de vidraceiro, é sinal de que há pouca bilirrubina no cocô, o que pode indicar problemas no fígado e nas vias biliares.

Pastoso ou durinho?

O cocô deve ter uma consistência sólida, não ressecada ou endurecida – idealmente com 3/4 de água na composição -, formato alongado, sem resíduos alimentares mal digeridos ou elementos anormais. Se estiver muito duro ou parecido com cocô de cabrito (bolotinhas), você provavelmente não está consumindo fibras nem está tomando água o suficiente para satisfazer suas necessidades metabólicas. Se ele for amolecendo até virar diarreia, pode ser sinal de alguma infecção por vírus, bactérias ou parasitas, alergia ou doença inflamatória no intestino.

83. Por que o escarro muda de cor conforme o estágio da gripe?

A resposta está na composição do muco: água, polissacarídeos, proteínas e um cemitério de células – principalmente bactérias e leucócitos (glóbulos brancos). Quando você fica gripado, ocorre uma inflamação da mucosa das estruturas do nariz provocada por vírus. Isso turbina a produção de muco e faz soar o alarme do sistema imunológico, que recruta células de defesa para uma batalha contra o agente da infecção. Os principais soldados são os neutrófilos, um tipo de leucócitos. Eles, porém, têm um tempo de vida curto – duram em média 6 horas na corrente sanguínea, e, ao passo que vão morrendo, alteram a cor e a aparência do catarro. Por isso, ele deixa de ser uma coriza rala e transparente – sinal de alergias ou infecções virais – para se tornar um catarro grosso e amarelado. Já o verdão indica bactérias.

FONTES: Francini Pádua, da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial; James Ramalho Marinho, Federação Brasileira de Gastroenterologia; Lúcio Roberto Requião Moura, diretor da Sociedade Brasileira de Nefrologia. foto: Jani Bryson

84. Por que algumas injeções são só uma picadinha e outras deixam sem andar?

A dor na hora da picada depende de 3 fatores: calibre da agulha, profundidade da injeção e o tipo de substância injetada. Quanto mais profunda a agulhada, mais grosso seu calibre e mais viscosa a substância, pior. São 4 os tipos de injeção mais comuns:

Intradérmica: é o caso em que só uma picadinha não dói. Ela é bem pouco profunda, aplicada com agulhas de calibre de 0,4 a 0,5 mm entre a derme e a epiderme. A vacina de BCG, contra a tuberculose, e os testes de alergia são intradérmicos.

Subcutânea: Aplicada entre o músculo e a pele, na camada de gordura, para que a substância seja absorvida de forma lenta e gradual. Um exemplo? A insulina dos diabéticos.

Intravenosa: Para ação rápida, algumas substâncias são injetadas diretamente na corrente sanguínea – caso, por exemplo, de glicose, anti-inflamatórios e antibióticos diluídos em soro.

Intramuscular: Atravessa a pele e a camada de gordura até alcançar um músculo – normalmente glúteos, deltoides e coxas. Aplicam-se aí doses maiores, de até 5 ml, de medicamentos concentrados lentamente liberados. É o caso da bezetacil – o temido antibiótico viscoso aplicado com agulhas de 0,7 mm.

85. O que acontece se eu fizer uma ressonância magnética com implantes metálicos no meu corpo?

Você corre o risco de sofrer lesões. O aparelho de ressonância magnética cria um campo magnético no paciente. Dentro do corpo, os núcleos dos átomos de hidrogênio se alinham e formam pequenos ímãs que podem deslocar as peças de metal. Por isso, o exame é totalmente contraindicado para pessoas com implantes dentários magnéticos, clipes de aneurisma cerebral ferromagnéticos, aparelhos auditivos não removíveis e próteses internas ortopédicas – nesse caso, ele pode, sim, desde que esteja consciente e capaz de manifestar dores. A ressonância também não pode ser feita por pessoas com marcapasso, porque ela desconfigura o aparelho. E o problema não é só de pinos e objetos metálicos: quem tem tatuagem e maquiagem definitiva precisa ser examinado antes, porque os pigmentos da tinta também podem interagir com o campo magnético. Já mulheres com DIU ou homens com prótese peniana estão liberados para fazer o exame numa boa.

86. O que o médico procura quando pede para falar “aaah”?

As amígdalas e outras estruturas na parte posterior da boca. A anatomia de algumas pessoas não permite ao médico visualizar perfeitamente as amígdalas, o céu da boca (palato) e até mesmo a campainha (úvula). Ao falar “aaah”, movimentamos músculos específicos da cavidade oral e ampliamos a visualização dessas estruturas. Já quando o paciente fala “eeeh” ou “iiih”, a cavidade oral se fecha mais.

Ao olhar lá dentro, o médico procura por mudanças de coloração na mucosa. Quando ficam mais avermelhadas, sugerem uma inflamação; já a coloração rósea denota normalidade. Outras alterações identificáveis são a presença de pus nas amígdalas, úlceras, múltiplos pontos avermelhados no céu da boca e aftas.

87. Por que tem gente que desenvolve alergia de uma hora para outra?

Isso não existe. A alergia vem escrita no seu código genético, não aparece de repente. O que muda é o tempo que cada pessoa leva para apresentar essa reação. Para entender isso, vamos ver como funciona a alergia.

Quando o seu sistema imunológico entra pela primeira vez em contato com um alérgeno (substância a que é sensível), ele começa a produzir anticorpos IgE (imunoglobulina E), achando equivocadamente que a tal substância é um inimigo. Dependendo da quantidade de anticorpos, haverá a produção de histamina – substância que desencadeia reações desde urticárias até o choque anafilático.

Mas o sistema imunológico não vai necessariamente liberar logo de cara uma quantidade suficiente de anticorpos para essa produção de histamina. Ele pode fazer isso só depois de várias exposições ao alérgeno. Pode ser também que durante anos esses incômodos passem despercebidos ou sejam confundidos com outras doenças, como o resfriado – até que complicações e um teste levem ao diagnóstico correto de alergia.

Além disso, existem as reações pseudoalérgicas, desencadeadas, por exemplo, por anti-inflamatórios e corantes. Nesse caso, embora os sintomas sejam parecidos com os de uma alergia, não ocorre falha no sistema imunológico nem liberação de IgE. Reações pseudoalérgicas parecem estar associadas a desequilíbrios hormonais e a situações de estresse, quando produzimos altas doses de um hormônio chamado cortisol. Passada a semana mais caótica do mês, a reação pseudoalérgica pode deixar de ocorrer.

88. Dá problema lamber ferida? E assoprar? E chupar sangue?

Sim e não. Gatos e cachorros fazem isso o tempo todo. Em alguns lugares, como no arquipélago de Fiji, é tradição deixar animais lamberem os machucados de pessoas. À primeira vista, parece uma prática útil – de fato, pode ajudar a cicatrizar o ferimento mais rápido. A saliva tem uma série de componentes químicos que ajudam a manter o local mais limpo e uma enzina – a lisozima – que atua no combate a infecções por agentes como bactérias.

Mas o hábito traz dois problemas: a mesma saliva também tem bactérias inofensivas quando estão na boca, mas que podem ser perigosas no local do ferimento. Além disso, a língua volta para dentro do corpo cheia de agentes nocivos da ferida. Ou seja: ao lamber o local aberto, você está correndo um risco duplo de adquirir uma infecção. Tudo isso também vale para chupar sangue do ferimento, ou mesmo assoprar nele. No segundo caso, o risco é menor, mas as bactérias da saliva ainda podem ser projetadas pra dentro da ferida.

FONTES: Tabela de Segurança em Ressonância Magnética – Hospital Albert Einstein; Administração de medicamentos por via intramuscular, Publicação do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (2010); Raul Melo, especialista em alergia e imunologia da Unifesp.



89. Como se recupera um membro amputado?

Primeiro socorra a vítima – ela é mais importante do que o membro extirpado. Mas assim que ela estiver a salvo, corra em busca do membro perdido, pois a necrose começa assim que acontece a amputação. Com um atendimento médico rápido e veias, artérias, nervos e tendões em bom estado, as chances de sucesso do reimplante podem chegar a 90%. Mas se a necrose estiver em estado avançado, o reimplante vira um risco para a pessoa. Isso porque, na falta de oxigênio, as células passam a liberar toxinas. Também é mais garantido sucesso na cirurgia se a amputação tiver sido por corte, em que não há grande dano dos tecidos, em comparação ao arrancamento e esmagamento.

O CORRO

Não vá tentar fazer mágica. Aja rápido e prepare a vítima e seu membro decepado para receberem o cuidado médico.

1. Deite a pessoa e coloque uma compressa de gaze ou pano limpo sobre o ferimento para estancar o sangue. Procure acalmá-la e convencê-la a não se mexer.

2. Se possível, lave a parte do corpo adjacente ao membro amputado com substância antisséptica ou soro fisiológico. Se não tiver, use água limpa. Não use álcool, éter ou mertiolate.

3. Se o ferimento for no braço, imobilize-o com algum tipo de bandagem e, em seguida, enfaixe-o contra o tórax. Se for na perna, enfaixe a perna ferida na outra.

4. Ligue, então, para 190 e peça socorro.

5. Enquanto o atendimento médico não chega, procure o membro amputado. Não perca tempo tentando reimplantá-lo com atadura ou esparadrapo. Quanto menos você o manusear, melhor. Isso diminui o risco de contaminação por bactérias e de dano de tecidos.

6. Embrulhe o membro numa compressa estéril embebida em soro fisiológico. Se não tiver, use pano limpo, como lenço ou camisa.

7. Em seguida, coloque-o num saco plástico, que deve ser mantido a cerca de 4 °C num recipiente com gelo, como caixa de isopor. O segmento amputado não deve ter contato direto com o gelo ou a água fria, nem ser guardado no freezer ou congelador. Isso pode provocar queimadura e danificar tecidos.

8. Quando a ambulância chegar, entregue o membro amputado ao paramédico para que ele possa levá-lo ao hospital junto com a vítima.

O REIMPLANTE
Do osso à pele, o trabalho é basicamente religar os tecidos um a um.

1. O médico realiza incisões laterais para levantar a pele. O objetivo aqui é remover tecidos necrosados ou corpos estranhos da região do ferimento.

2. As extremidades do osso do membro que sofreu amputação são fixadas com fios, placas ou fixadores.

3. São reconstruídos os tendões flexores e extensores através de sutura (costura com pontos cirúrgicos).

4. É a vez das veias e artérias. Dependendo da lesão, é preciso usar enxerto para compensar a perda de tecidos. Em seguida, realiza-se a sutura.

5. Os nervos são então religados. O sucesso do reimplante está diretamente ligado à qualidade da reconstrução dos nervos periféricos. Se houver perda importante, são necessários enxertos.

6. Por fim vem a sutura da pele.

7. O membro submetido a reimplante deve ficar imobilizado e elevado acima do nível do ombro por aproximadamente 10 dias.

FONTES: Antônio Pantaleão Júnior, chefe do Setor de Cirurgia Geral do Hospital Municipal Souza Aguiar, Rio de Janeiro; Reimplantes e Revascularizações, Instituto de Ortopedia e Traumatologia da FMUSP. ilustração: miguel Sanches

Recuperação

90. Como se apaga uma tatuagem?

Métodos não faltam (leia abaixo), mas o único sem cara de tortura medieval é a remoção a laser. O resultado depende de vários fatores, como o tamanho da tatuagem e a pele em que foi feita – a do peito do pé e a das regiões genitais são mais doloridas, a com mais melanina pode perder coloração, e áreas peludas podem sofrer depilação involuntária. A cor do pigmento também influi, pois cada tinta tem um tipo de laser correspondente. O preto é a cor mais fácil, pois é removido por uma grande variedade de laser; já o amarelo ainda não tem um laser específico – se a sua tatoo tiver esse pigmento, poderá deixar manchas. As taxas de sucesso do tratamento a laser ficam em torno de 80%. Mas é caro – sai por até 10 vezes o preço do tatuagem.

Não dá pra passar uma borracha?

Abrasão mecânica
Uma lixa girada por um motor de alta rotação raspa a pele até chegar à camada onde a tatuagem foi feita. Provoca dor e deixa marcas, mas é a técnica mais barata – dependendo da profundidade, basta uma sessão, por volta dos R$ 50. A técnica pode causar alterações na cor da pele, principalmente em negros e mulatos.

Abrasão química
Substâncias corrosivas como ácido titânico, ácido tricloroacético (aquele usado em peeling) e fenol são aplicadas sobre a pele. Isso causa uma queimadura química e a área tatuada se desprende. Provoca dor, deixa marcas e, em peles muito claras e sensíveis, deixa o local manchado como se tivesse sofrido queimadura de 2o grau.

Cirurgia
Indicada para tatuagens pequenas em locais discretos com pele sobrando. O pedaço de pele onde está a tatuagem é cortado e a pele adjacente é costurada. Como qualquer outra cirurgia, pode deixar queloide – às vezes mais chamativo do que a tatuagem.

Laser
O mecanismo é simples – o laser destrói o pigmento da tatuagem em partículas microscópicas, que são absorvidas aos poucos pelo organismo. São em média 8 sessões, com anestesia local. Entre cada sessão há um intervalo de um mês – tempo para o organismo absorver os fragmentos da tatuagem. Nesse período, o paciente não pode se expor ao sol e tem que usar pomada anti-inflamatória. Não deixa cicatriz, mas dói no bolso – R$ 600 por sessão.

91. Mudança de sexo é reversível?

Não. Na cirurgia de transgenitalização de homem para mulher são retirados os corpos cavernosos, os testículos e parte do escroto. Já no caso de mulher para homem, são extraídas as mamas, o útero, os ovários e as trompas. Em caso de arrependimento, esse material não pode ser substituído. É por isso que, para a cirurgia, o Conselho Federal de Medicina exige que o indivíduo seja maior de 21 anos e tenha sido diagnosticado como transexual por uma equipe multidisciplinar, que deve acompanhá-lo por pelo menos dois anos.

92. Se alguém cortar meu pênis, dá para reimplantar e continuar a sentir prazer?

Sim. Desde que devidamente acondicionado em baixa temperatura [mais sobre reimplantes na página 60], o pênis amputado pode ser reimplantado e continuar funcionando bem depois de a cicatrização se completar, em ao menos 6 meses. As funções urinária e sexual serão restabelecidas se forem conectadas perfeitamente a túnica albugínea (membrana que envolve os corpos cavernosos e que dá resistência), a uretra, as veias e artérias e os nervos dorsais do pênis.

O prazer depende da integridade dos nervos. Ao longo da parte de cima do pênis percorrem dois nervos principais que, conforme se aproximam da glande, dão origem a centenas de terminações nervosas – o maior número delas na cabecinha. Assim como é mais fácil reconstruir uma avenida principal do que uma rede de vielas, a recuperação dos nervos tem mais chance de ser boa quanto mais próxima do púbis for a amputação. Como a ereção depende da circulação e não dos nervos, alguns indivíduos perdem parte da sensibilidade sem ficar impotentes.

METOIDIOPLASTIA – Pingolim mirim
Se for feito a partir de um clitóris superdesenvolvido, o neopênis vai ser bastante sensível, mas pequeno demais para penetrar a parceira.

1. Antes da operação é necessário terapia com testosterona para aumentar o clitóris.
2. O cirurgião retira o útero, o ovário e as mamas.
3. Todos os ligamentos do clitóris são cortados para que a estrutura fique livre do lado de fora.
4. Prepara-se um prolongamento de uretra com tecido da vagina ou da parte interna da bochecha. Com isso, o transexual poderá fazer xixi de pé.
5. O neopênis é coberto pela pele dos pequenos lábios.
6. Os grandes lábios são ligados para formar o escroto, recheado com dois implantes de testículo de silicone.

FALOPLASTIA – Dotado e insensível
Com uma prótese interna, o transexual vai conseguir penetrar a parceira com um neopênis de tamanho normal, mas a sensibilidade ficará só na base, onde se esconde o clitóris.

1. O cirurgião retira o útero, o ovário e as mamas do transexual.
2. Prepara-se uma uretra com mucosa da boca e da vagina.
3. A parte de fora do neopênis é feita com pele retirada da barriga (ou do braço, do peito, da perna…).
4. Conecta-se a uretra ao neopênis.
5. Inserem-se os testículos de silicone.
6. Um ano depois, é implantada uma prótese que permite a ereção.

VAGINOPLASTIA – Complicada e perfeitinha
A neovagina da transexual parece bem natural, mas para não fechar precisa ser alargada todo dia, seja com sexo, seja com dilatadores.

1. O cirurgião cria um espaço entre a uretra, a próstata, a bexiga e o reto.
2. São removidos os testículos.
3. O pênis é desmontado – abre-se a pele, separam-se a uretra e a glande e se dispensam os corpos cavernosos.
4. A pele do pênis é invertida para forrar a cavidade vaginal.
5. Da glande se constrói um clitóris.
6. Os lábios maiores são feitos com a pele da bolsa escrotal.
8. Outras características femininas são resolvidas com implante de mama e de quadris, raspagem do pomo de Adão, do queixo e das maçãs e outras intervenções.

FONTES: Eloísio Alexsandro da Silva e Fabiano André Simões, urologistas; Guilherme Pitta, angiologista; Beni Grinblat e Samir Arbache, dermatologistas.

Envelhecimento

93. Por que eles ficam carecas e elas, só com cabelo ralo?

A calvície é frequente em ambos os sexos, mas pode ser mais acentuada nos homens. O problema é que nos folículos capilares dos homens com predisposição à calvície há uma concentração maior de uma enzima chamada 5-alfa redutase 2. Quando ela entra em contato com a testosterona, transforma-se em dehidrotestosterona, substância que favorece a queda do cabelo. As mulheres têm menos testosterona e menos 5-alfa redutase 2 do que os homens. Além disso, têm um hormônio, o betaestradiol, que exerce efeito protetor contra a queda dos cabelos. Ainda assim há agravantes possíveis da calvície feminina, como disfunções glandulares e uso de anabolizantes.

A área da careca também é diferente – e contribui para os homens parecerem mais carecas. Enquanto eles costumam ganhar entradas na testa, visíveis para quem os olha de frente, as mulheres sofrem mais de calvície na parte superior, área menos visada socialmente. Isso se deve à maior ou à menor concentração de enzimas nos folículos de diferentes áreas do couro cabeludo. Nas mulheres, há mais aromatase (que converte testosterona em estradiol) e menos 5-alfa redutase 2 nos folículos da região frontal, o que preserva a franja sem proteger o topo da cabeça. Já o padrão masculino é bem conhecido: uma penca de 5-alfa redutase 2 nas entradas da testa e na coroinha.

94. Por que os homens mais velhos perdem cabelos onde interessa – na cabeça- e ganham onde não interessa?

É culpa da ação da testosterona em cada da região do corpo. Partes diferentes da pele têm diferentes receptores do hormônio masculino, o que faz o pelo cair no couro cabeludo, mas crescer em outros lugares, como orelha e nariz.

95. Por que homens engordam na barriga e mulheres, no quadril?

A testosterona leva ao acúmulo da “gordura visceral”, no tronco, enquanto o estrogênio leva ao acúmulo da “gordura periférica”, abaixo da cintura, na região glúteo-femural. No caso das mulheres, a gordura acumulada nos quadris e nas coxas é usada como fonte de energia no período da amamentação. Após a menopausa, com a queda dos níveis de estrogênio no organismo, as mulheres passam a acumular gordura também na barriga – o que até pode ser revertido com terapia hormonal.

96. Como a orelha e o nariz continuam crescendo a vida toda, e o resto do corpo não?

É que boa parte das cartilagens se torna osso conforme a pessoa cresce. Mas isso não acontece com as orelhas e com o nariz. E, como a cartilagem que lhes dá forma não depende de nenhum hormônio para crescer, ela segue se expandindo à medida que o indivíduo envelhece. Tem mais: ao longo da vida vamos perdendo colágeno, responsável pela firmeza e elasticidade da pele. Com a pele mais caída, nariz e orelhas parecem ainda mais compridos.

A orelha cresce 1,2 cm a cada 50 anos, segundo estudo do médico britânico James Heathcote, que mediu as orelhas de 203 pacientes, entre 30 e 93 anos.

97. Por que é mais difícil emagrecer na velhice?

Por vários motivos. Um deles é a gradual redução do hormônio do crescimento, fenômeno chamado de somatopausa, que provoca a diminuição da massa muscular e o aumento da gordura abdominal. O outro é a redução do metabolismo basal (também influenciado pela perda muscular): a quantidade de calorias que o corpo gasta, mesmo em repouso, só para os seus órgãos funcionarem, é menor do que na juventude. É como se o organismo fosse ficando mais econômico. Com isso, se a pessoa não diminuir a quantidade de comida ingerida cotidianamente, ela vai engordar. E a tendência se agrava se a atividade física também for se reduzindo. No caso dos homens, os níveis de testosterona em queda contribuem para acelerar a produção de células de gordura e frear a de células musculares.

FONTES: Shirlei Borelli, dermatologista; Ricardo Meirelles, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia; Cláudia Cozer, endocrinologista da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica; Marco Antônio Tuzino, do Serviço de Otorrinolaringologia da PUC-Campinas; Celso Tavares Sodré, da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro; Fabiano Serfaty, endocrinologista do Hospital Universitário da UERJ.


Morte

98. Em quanto tempo uma pessoa pode morrer de falta de sono?

É difícil saber. Em geral, o pior dos insones acaba dormindo, uma hora ou outra. E a falta de sono não é como sede ou fome – ela pode até debilitar fatalmente, mas por um efeito cumulativo bem mais lento. Por exemplo: existe um grupo de não mais de 100 pessoas no mundo com uma insônia tão grave que os leva à morte em cerca de dois anos. É a insônia fatal familiar, que causa alucinações, crises de pânico e demência. Já a falta de sono de qualidade (que acomete muito mais gente) pode contribuir para a morte indiretamente, pois deixa a pessoa mais propensa a ter diabetes e hipertensão.

Mas e os recordes? Bem, em laboratório, ratos aguentaram ficar até 32 dias acordados num experimento conduzido nos anos 80 por Allan Rechtschaffen, da Universidade de Chicago. Depois morreram – não se sabe se por hipotermia, infecção por bactérias do intestino (algo comum em organismos com sistema imunológico debilitado), danos cerebrais ou níveis extremos de estresse. Não dá para garantir, mas é possível que o mesmo aconteça com humanos. Entre nós, o caso de privação total de sono (voluntária) mais longo de que se tem notícia aconteceu em 1963, nos EUA. Randy Gardner, de 17 anos, passou 11 dias sem dormir, durante um concurso de dança. Desde o segundo dia, ele já não enxergava bem. Mas o tempo de insônia acumulado não foi suficiente para causar danos neurológicos ou psiquiátricos.

Diário de um insone
O que acontece no corpo quando fica sem dormir.

1º dia Os níveis de cortisol – conhecido como hormônio do estresse – e o de hormônio estimulante da tireoide aumentam, e, com eles, sobe a pressão arterial.
2º ou 3º dia A glicose para de ser metabolizada normalmente. A temperatura corporal e a imunidade diminuem.
4º dia Podem acontecer alucinações.

99. O que acontece com as próteses de silicone quando morremos?

Nada. No médio prazo, não explodem nem nada. Elas ficam exatamente do jeito que estavam enquanto a pessoa ainda vivia, só que sem carne ao redor – afinal, a prótese nada mais é do que uma bolsinha de plástico cheia de gel ou soro. E esse plástico pode durar por até um século, ainda que se resseque e deixe o conteúdo vazar aos poucos.

100. Quanto tempo uma cabeça consegue viver sem o corpo?

A Revolução Francesa foi um ótimo laboratório para cientistas dispostos a responder a essa pergunta. Há relatos de que pesquisadores orientavam os condenados a tentar piscar quantas vezes conseguissem depois que suas cabeças estivessem longe do corpo – e existem lendas espantosas a respeito de pessoas que conseguiam piscar por até 30 segundos. Mas poderia ser resultado de espasmos musculares.

Nas últimas décadas, o patologista forense americano Ronald K. Wright tentou chegar a um valor mais realista: 13 segundos, com uma margem de erro de 2 segundos, como média de funcionamento do cérebro quando ele não está mais ligado a um corpo. Para fazer essa conta, ele não precisou levar ninguém à guilhotina. Simplesmente estimou a capacidade do cérebro de sobreviver sem circulação de sangue.

Quer dizer que ficamos conscientes, sem corpo algum, por 13 segundos? Não. “Se o cérebro ainda mantém consciência, é por 1 a 3 segundos no máximo”, diz o especialista. Ou seja, a letra de Metrô Linha 743, de Raul Seixas, não é tão absurda assim: “Minha cabeça caída, solta no chão. Eu vi meu corpo sem ela pela primeira e última vez”.

FONTE: Ronald K. Wright, patologista forense americano. ilustração: miguel sanches

101. Quanto tempo o corpo demora para se decompor?

Para a sorte dos arqueólogos, ossos e dentes podem durar milhares de anos, dependendo do local onde foram enterrados – quanto mais frio e seco, melhor. Quanto ao resto do corpo, o processo é bem mais rápido.

0 a 3 dias – PÃO BOLORENTO
Bactérias que habitavam o corpo vivo, em especial no intestino e na mucosa respiratória, começam a se alimentar dos restos mortais, de dentro para fora. Nossas próprias células começam a digerir o que encontram pela frente para lutar pela própria sobrevivência. Enzimas do sistema digestivo também ajudam na decomposição. Ao mesmo tempo, insetos e larvas entram pelas aberturas do corpo.

4 a 10 dias – GASES E FLUIDOS
Tecidos e células são destruídos pelas bactérias, cuja respiração anaeróbica libera gases como o metano e as fedorentas cadaverina e putrescina. A pressão formada por esses gases empurra os líquidos liberados pelas células mortas para as cavidades do corpo. Tudo é agravado pelas larvas, que se movem por todo canto espalhando bactérias e dilacerando tecidos. É um ciclo vicioso: quanto mais fedor é liberado, mais bichos são atraídos.

10 a 20 dias – GELECA
O corpo estufado de gases estoura e o que sobra é uma carne de consistência cremosa. O que estiver exposto estará preto, fedendo pra caramba. Os líquidos do corpo já vazaram e a quantidade de insetos aumenta.

20 a 50 dias – FERMENTAÇÃO
O que restava de carne é comido e o corpo se resseca, adquirindo um cheiro semelhante ao de manteiga rançosa por causa do ácido butanoico produzido durante a fermentação. A parte encostada no chão fica embolorada.

50 dias a 1 ano – A SECO
Com o corpo seco, a decomposição se torna lenta.

3 a 5 anos – NUDEZ
O algodão das roupas também se desfaz com a ação de micro-organismos. Já roupas sintéticas duram décadas.

Milhares de anos – CAVEIRA
Restam apenas os ossos e os dentes, feitos principalmente por minerais, não por matéria orgânica.

FONTE: Museu australiano


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